Alguns servidores da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM) procuraram o g1 para denunciar que estão sendo coagidos por uma equipe ligada ao novo presidente da autarquia, Minoru Kinpara, nomeado pelo governador Gladson Cameli no último dia 3. O gestor afirmou que desconhece a situação, mas que vai apurar e tomar as devidas providências.
Um dos servidores, que preferiu não ter o nome revelado, alega que três pessoas do PSDB, partido do gestor, visitaram os espaços ligados à FEM após a nomeação dele e informaram aos funcionários que aqueles que não apoiaram Kimpara nas últimas eleições vão ser perseguidos pela gestão. Kinpara concorreu ao cargo de deputado federal, obteve 19.077 votos, mas não foi eleito.
“Em uma de suas visitas, informaram que o Minoru vai demitir todos os colaboradores e devolver funcionários que não o apoiaram para deputado federal. Isso é injusto com as pessoas que não votaram em Minoru, mas que trabalharam duro na campanha do Gladson. Eles se autointitulam comissão de transição, mas não há nenhuma portaria nomeando nenhum dos três para essa função. Visitam os espaços no turno da manhã e tarde intimidando os funcionários. Os funcionários não conseguem levar essa informação ao Minoru, pois ele nunca tem horário disponível, e quando vai aos lugares, vai acompanhado dessas pessoas”, disse a funcionária.
‘Vou tomar providência’
Kinpara informou ao g1 que não existe nenhuma orientação da parte dele nesse sentido e condenou a ação, informando que vai apurar.
“Quem me conhece sabe que esse não é meu perfil, não faz parte da minha índole esse tipo de atitude e vou tomar providências em relação a isso. Condeno esse tipo de atitude, fico, de certa forma, até indignado em saber que existe essa possibilidade de pessoas estarem fazendo isso em meu nome. Condeno isso veementemente”, afirmou o gestor.
Um outro funcionário afirmou que o trio que diz agir em nome do novo presidente chegou a fazer mudanças na equipe da biblioteca pública Adonay Barbosa dos Santos.
“Agora, como um grupo que não possui portaria chega em espaços públicos fazendo mudanças e ainda em nome do presidente? Funcionários estão se sentindo ameaçados por questões políticas, e abalados emocionalmente. Uma semana antes da nomeação, um deles já estava indo na FEM, mas as visitas aos espaços foi após a nomeação de Minoru.”
G1