O medo de ser preso assim que o pai, Jair Bolsonaro (PL), deixasse a Presidência fez com que Carlos Bolsonaro (PL-RJ) embarcasse rumo a Atlanta, no estado da Geórgia nos EUA, na véspera do Natal passado. E, agora, o filho 02 do ex-presidente não tem previsão de retorno ao Brasil, mesmo tendo que cumprir mais dois anos de mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Em conflito com a madrasta, Michelle Bolsonaro, Carlos teria optado por não ir ao encontro do pai, que também fugiu para os EUA – ele está na Flórida -, está isolado após divulgar o vídeo golpistas nas redes sociais do pai, que foi incluído na investigação por incitação aos atos terroristas, e lista vários motivos para temer a volta ao Brasil.
O principal deles é a paranoia constante que Carlos alimenta sobre o risco de morte dele próprio e de parte do clã, em especial Jair Bolsonaro.
Principal propagador da tese de que Adelio Bispo dos Santos, autor da facada em Jair na campanha de 2019, agiu a mando da “esquerda”, Carlos tem medo de voltar ao Brasil sem a segurança dos agentes federais que cuidam da família do presidente e sofrer ataques.
Segundo Juliana Dal Piva, no portal Uol, um acidente ocorrido em novembro do ano passado, após a derrota do pai para Lula nas eleições, alimenta ainda mais a paranoia de Carlos.
O filho de Bolsonaro teria ficado preso no elevador da Câmara Municipal entre o nono e o sétimo andar. Embora o próprio legislativo carioca diga que se tratou de uma falha normal e que o elevador “ficou parado entre dois andares por alguns minutos, e logo voltou a funcionar”, Carlos fantasia a tese de que foi vítima de um suposto atentado.
Investigado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, alvo da apuração sobre o gabinete do ódio bolsonarista e com o sigilo quebrado, Carlos tem, no entanto, um motivo factível para continuar em fuga: a possibilidade de ir para a cadeia.
Por Plinio Teodoro