De acordo com o Departamento de Inteligência da Polícia Civil do Estado do Acre, o número de crimes virtuais tiveram um aumento de 23,8% no ano de 2022. A capital acreana registrou 152 no ano de 2022 e 118 no ano de 2021, equivalente a um aumento de 28,8%.
Vale reiterar que a coleta de dados é feita através da plataforma Sinesp-PPE, levando em consideração os boletins registrados e finalizados e excluídos os rascunhos. A maioria das ocorrências consta o crime de stalking cumulado com outra natureza típica como ameaça e injúria.
Segundo o delegado adjunto na Delegacia de Combate a Roubos e Extorsão (Dcore), Yvens Dixon, atualmente, em ranking mundial, o Brasil é terceiro país que mais utiliza redes sociais em todo o mundo. O aumento crescente da parcela da população que utiliza as redes sociais ocasionou, infelizmente, o aumento do número de crimes cibernéticos.
Assim, dentre as estatísticas realizadas pela Polícia Civil do Estado do Acre são considerados crimes cibernéticos todos os ilícitos cometidos através da internet, independente da infração penal. Neste sentido, os crimes virtuais têm aumentado a cada ano, tendo ocorrido um aumento significativo principalmente em decorrência da pandemia que ocasionou a migração de vários serviços antes oferecidos de maneira presencial para as plataformas de comunicação virtual.
Os crimes virtuais mais frequentes são o estelionato pelas modalidades – golpe do pix, WhatsApp clonado, invasão de Instagram – e o stalking pela modalidade – divulgação de fotos íntimas, injúria nas redes sociais e ameaça.
A Polícia Civil está habilitada a realizar a investigação dos crimes cibernéticos em todas as suas unidades, para isso a Direção Geral criou o Núcleo Especializado de Apoio a Investigações de Crimes Cibernéticos, o qual auxilia as delegacias de polícia nas investigações que exigem maiores recursos tecnológicos.
De acordo com Yves Dixon, o primeiro procedimento quando ocorre um crime virtual é o registro do Boletim de Ocorrência em uma Delegacia de Polícia.
“Em seguida, o policial civil responsável pelo atendimento iniciará a investigação com a preservação dos dados relacionados ao possível crime, como preservação do site acessado, print de conversas em aplicativos de mensagens, registro de comprovante de transferência de valores. Após esse atendimento inicial, será instaurada a investigação do crime ocorrido para identificar o autor do ilícito”.
O delegado reitera que a população deve ter a atenção redobrada para evitar ser vítima de crimes cibernéticos. A principal dica de segurança é evitar transferir valores para pessoas desconhecidas, devendo antes de enviar qualquer valor ligar para o destinatário, pois é comum os criminosos enviarem mensagens alegando ser um parente que necessita de dinheiro com urgência. Outro fator importante é evitar a negociação de produtos por meio de sites sem verificação do usuário, pois os criminosos falsificam anúncios com o objeto de enganar os possíveis compradores.
“Além disso, para evitar crimes contra a honra, como a divulgação de imagens íntimas, é preciso evitar o envio desse tipo de fotografia, pois infelizmente é comum a divulgação desse conteúdo como forma de vingança após o término de relacionamentos”, finaliza Yves Dixon.
Com informações ContilNet