Marinha manda navio porta-aviões proibido de atracar se afastar da costa brasileira

Imagem de arquivo mostra o ex-porta-aviões NAe São Paulo (A-12) — Foto: Marinha do Brasil/Divulgação

Impedido de atracar em Pernambuco desde outubro de 2022 por causa de risco ambiental, o casco do antigo navio porta-aviões São Paulo começou a ser movimentado para deixar a costa do estado. A Marinha disse, nesta sexta-feira (20), que proibiu a manutenção da embarcação perto do país devido ao elevado risco de afundar ou encalhar


Na manhã desta sexta-feira (20), o navio estava a cerca de 335 quilômetros do Porto de Suape, que fica no Litoral Sul de Pernambuco. Antes disso, desde outubro, ele estava a cerca de 46 quilômetros da costa pernambucana.


A embarcação pertencia à Marinha antes de ser vendida para a empresa turca Sök Denizcilik Tic Sti (Sök) através de uma licitação. A empresa pretendia levá-lo para a Turquia, mas o casco, que saiu do Rio de Janeiro rebocado por outra embarcação, não foi autorizado a entrar no país por conter amianto


O que diz a Marinha

Em nota, a Marinha informou que:


  • A empresa turca que comprou o navio não adotou medidas necessárias para manter a embarcação em segurança na área marítima perto da costa brasileira;
  • A Autoridade Marítima Brasileira fez uma perícia no casco do navio e constatou “severa degradação das condições de flutuabilidade e estabilidade”;
  • O casco não tem seguro e sequer contrato para atracação e reparo com algum estaleiro ou empresa;
  • A empresa turca parou de pagar o rebocador que é responsável pelo navio.
  • No dia 10 de janeiro, a empresa disse que não tinha mais recursos para manter o navio sem definição e ameaçou abandoná-lo no mar.
  • A Autoridade Marítima Brasileira determinou que o rebocador leve o porta-aviões para uma área com maior profundidade, sendo o reboque acompanhado pela fragata União e pelo navio de apoio oceânico Purus.
  • Para garantir a segurança da navegação e a prevenção da poluição ambiental na costa brasileira e seus portos, não foi autorizada a aproximação do porta-aviões de águas interiores ou terminais portuários do Brasil.
  • Entenda o caso

    • Após ser vendido para uma empresa turca, que não conseguiu levá-lo para a Turquia, o navio foi rebocado de volta ao Brasil.
    • A empresa decidiu atracar a embarcação em Suape, no Grande Recife, por Pernambuco ser mais próximo da Europa, e não no Rio de Janeiro, de onde a embarcação partiu;
    • Por causa de risco ambiental, o governo de Pernambuco foi contrário à atracação e acionou a Justiça Federal.
    • Uma decisão judicial proibiu que o porta-aviões atracasse no estado e determinou multa diária de R$ 100 mil ao governo federal e à empresa agenciadora, em caso de descumprimento;
    • Em janeiro de 2023, a empresa responsável pelo navio ameaçou abandonar o porta-aviões no mar e disse que era um “pedido de socorro” por não ter mais recursos para manter a embarcação.

     


    G1


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