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Forças de segurança removeram ativistas que tentavam impedir a demolição de Lützerath

Autoridades alemãs disseram neste domingo (15) que removeram ativistas climáticos empoleirados em árvores da vila de Lützerath, um dia após uma série de confrontos entre manifestantes e forças de segurança.


“Não há mais ativistas no vilarejo de Lützerath”, disse a polícia, acrescentando que as construções já haviam sido esvaziadas na sexta-feira, e agora 35 “estruturas em árvores” e quase 30 construções de madeira também foram removidas.


Após a conclusão do despejo, o que resta da aldeia será arrasado para que a expansão de uma mina a céu aberto possa prosseguir. A localidade se tornou nos últimos meses um ímã de ativistas do clima e símbolo da luta por um futuro menos poluente.


A gigante de energia RWE tem a intenção de destruir Lützerath para extrair linhito localizado embaixo da localidade. As atividades de mineração deverão ser retomadas nos próximos meses para atender à demanda energética ligada à crise de abastecimento que atingiu a Alemanha após a invasão da Ucrânia pela Rússia.


Ativistas climáticos argumentam que a vila e outras próximas não devem ser demolidas e o carvão sob elas deve ser deixado no solo e que a queima do linhito prejudica os esforços da Alemanha para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.


As tensões entre policiais e ativistas aumentaram no sábado, com forças de segurança fazendo uso de canhões de água e cassetetes contra os manifestantes.


Cerca de 20 manifestantes ficaram feridos e foram levados ao hospital, disse um médico ligado a grupos de protesto.


A situação em Lützerath estava calma no domingo, disse um porta-voz da polícia.O porta-voz disse que cerca de 70 policiais ficaram feridos desde quarta-feira, quando a polícia começou a expulsar as pessoas da área. Muitos desses policiais ficaram feridos durante os confrontos de sábado, acrescentou o porta-voz.


Indigo Drau, porta-voz de um grupo que protesta contra a destruição da aldeia, acusou a polícia de “pura violência” durante os confrontos de sábado.


Ela acusou as forças de segurança de espancar os manifestantes “sem restrições”. Os organizadores disseram que cerca de 35.000 manifestantes participaram do protesto de sábado, enquanto as autoridades policiais estimaram o número em cerca de 15.000.A polícia negou as acusações de violência contra os manifestantes.


Processos criminais foram instaurados em cerca de 150 casos, disse a polícia, incluindo acusações relacionadas à resistência contra policiais e danos à propriedade.


O protesto de sábado foi organizado em apoio aos manifestantes que ocupavam o local abandonado e foi liderado simbolicamente pela ativista ambiental Greta Thunberg, que discursou no local.


“É uma vergonha que o governo alemão firme acordos e compromissos com empresas como a RWE”, declarou Thunberg de uma tribuna. “O carvão de Lützerath deve permanecer no solo”, proclamou diante dos manifestantes, pedindo para que não se sacrifique o clima às custas do “crescimento a curto prazo e da ganância empresarial”.


Com informações G1


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