Com a chegada do inverno Amazônico e as chuvas incessantes, a situação da BR-364 – rodovia que interliga os municípios acreanos ao restante do país – é ainda mais crítica. Buracos frequentes no asfalto já desgastados, que causam atoleiro, estão gerando prejuízos de tempo e financeiros a empresários, trabalhadores e pessoas que dependem da estrada.
A empresária Tamires Moura, que mora em Feijó, interior do estado, teme o agravamento da situação, caso medidas emergenciais não sejam adotadas.
“A estrada está horrível, terrível. E eu só vi manutenção no trecho de Sena Madureira. E um dos medos é que ela chegue a fechar. Acredito que não chegue a fechar totalmente, mas, o tráfico vai ficar bem complicado. Tem empresa que nem quer vir para cá [Feijó] por conta que a estrada é muito ruim. E se não houver manutenção vai ficar bem complicado”, alerta Tamires, que fez o percurso de Rio Branco para Feijó com frequência.
Tamires e a família gastaram 5h30 de Rio Branco para Feijó, em veículo modelo caminhonete, da última vez que se aventuraram na rodovia. “Nós não paramos para nada”, conta a empresária, observando as condições da BR impactam no preço dos produtos.
“As coisas demoram a chegar e isso influencia no preço do frete, que para a nossa região já é mais alto, e com a estrada assim, implica em um custo maior”, ressalta Tamires.
Um taxista que trabalha com o transporte de pessoas na rodovia e preferiu não se identificar, relata que além de prejuízos no veículo, o tempo de deslocamento aumentou significativamente.
“Antes, a gente gastava 4h30 a 5h. Hoje, estamos gastando pelo menos 6h, no percurso entre Rio Branco e Feijó. Tem uns buracos e atoleiros muito grandes. Pelo menos 70% da BR está comprometida, são poucos os trechos que estão bom de andar”, disse.
Transtornos
Na semana passada, a Trans Acreana, empresa de transporte intermunicipal e interestadual, emitiu um comunicado orientando seus clientes a anteciparem a compra de passagens de Rio Branco para Cruzeiro do Sul, e do Vale do Juruá a capital acreana.
Segundo a direção da empresa, a orientação foi dada devido as péssimas condições de trafegabilidade em um dos trechos da BR-364, que liga os dois municípios. Com isso, a previsão de chegada no destino pode ser de até 17 horas, o que demorava menos de 12 horas.
Em decorrência das condições da BR-364, além do tempo de deslocamento ser maior, o valor das passagens também aumentou. Os motoristas alegam que, por conta dos buracos na rodovia, o consumo de combustível aumenta.
Prioridade
Segundo o Ministério dos Transportes, a BR-364 que passa pelo Acre está no pacote de ações prioritárias dos 100 dias do Governo Federal.
À imprensa foi informado que os setores rodoviário e ferroviário terão cerca de R$ 1,7 bilhão para retomar e intensificar obras, preparar rodovias para o período de chuvas, garantir escoamento da produção e reduzir o número de acidentes.
As principais entregas estão incluídas em 12 rodovias que cortam o país: a BR-432/RR, BR-364/AC, BR-116/CE, BR-101/SE, BR-116/BA, BR-080/GO, BR-101/AL, BR-381/MG, BR-, 447/ES, BR-163/PR, BR-470/SC e BR-116/RS.
A GAZETA tentou contato com o superintendente interino do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), Thiago Caetano, mas, até a última atualização desta reportagem não obteve retorno.
A Gazeta do Acre