Quando falamos em superação, nosso estado é um dos pioneiros nisso. Desta vez, cabe o relato da história de Letícia Lisita, que descobriu uma doença considerada rara aos 12 anos e não deixou se abalar pelo diagnóstico. Hoje, aos 32 anos, para a sua alegria, acaba de se formar em Letras/Francês pela Universidade Federal do Acre (Ufac).
Letícia nasceu de parto cesárea, bem pequena, não conseguia mamar, chorava muito pois seus músculos eram fracos. Logo, teve que fazer aulas de fonoaudiologia e fisioterapia para falar e andar. “Quando iniciei na escola eu sofria muito preconceito por parte dos alunos e de alguns professores, reprovei por vários anos por não ter a ajuda necessária que eu precisava, apenas no ensino médio consegui uma sala de apoio e terminar meus estudos”, relata.
Mesmo sabendo das suas limitações, Letícia percebeu que poderia ir mais além. “Senti que poderia ir para a faculdade como todos os meus irmãos. De início, meus pais ficaram preocupados com a minha insistência, mas, mesmo assim fiz a prova do Enem. Para a surpresa de todos, consegui passar para cursar Francês pela Ufac”, comenta.
Letícia também declarou que a síndrome foi descoberta quando completou 12 anos. Sua família foi a vários médicos, mas foi detectada através do laudo de um geneticista. Atualmente, faz uso de remédios, pois a síndrome afeta alguns órgãos. “Faço o uso de remédios para o coração, porque tenho arritmia cardíaca, com frequência vou ao médico para ver se está tudo certo com os batimentos”, diz.
O sonho de fazer uma faculdade nunca foi um limite, pois sabia que a sua força de vontade era maior do que os obstáculos que a vida se encarregou de colocar logo nos seus primeiros anos de vida. “Me sinto uma guerreira, e estou extremamente feliz com a minha conquista. Agora meus planos para o futuro é ir para à França colocar em prática tudo o que aprendi, sem contar que os professores da Ufac foram muito bons comigo, além disso pretendo trabalhar nesta área como professora ou nos aeroportos”, declara.
Entenda a síndrome de Wiliams
A Síndrome se caracteriza pela falta de 21 genes no cromossomo 7 que atinge crianças de ambos os sexos. Essa falta é chamada de microdeleção, na qual é a perda de uma parte do DNA isto causa hipersensibilidade auditiva, problemas motores e falta de equilíbrio além de surgir problemas neurocomportamentais, ou seja, crianças com atraso na evolução.
Por outro lado, são pessoas de boa memória auditiva, facilidade na comunicação e gostam de manter o contato visual para se comunicarem. Não há cura, mas, há maneiras para melhorar a qualidade de vida das pessoas que são acometidas pela síndrome.
A história da Letícia Lisita é muito mais que isto, pois leva consigo a luta pela independência, inclusão social e o direito por uma vida sem preconceitos.
“Todos nós temos que persistir para realizar nossos sonhos, não importando se é difícil ou não. Para realizar nossos objetivos, basta acreditarmos porque sabemos que Deus sempre tem o melhor para nós”, finaliza.
Por ContilNet