A família de Eduardo Fialho Martins, 32, luta para trazer o corpo do ex-estudante de direito para o Brasil após a morte do rapaz na última segunda-feira (23), na França. As despesas para o translado podem ultrapassar R$ 100 mil, segundo a família.
Eduardo foi diagnosticado com um quadro grave de pneumonia e toxoplasmose, infecção causada por protozoário encontrado nas fezes de gatos e outros felinos, que pode se hospedar em humanos e outros animais.
À reportagem, o irmão mais velho do rapaz, o consultor de negócios Leandro Fialho, explicou que Eduardo tinha ido à Europa havia quase seis anos, em busca de uma vida melhor. Primeiro, o jovem ficou dois anos em Portugal e depois se mudou para a França.
Eduardo morava em Vénès, a 695 km de Paris, e trabalhava em um frigorífico, quando foi internado no dia 30 de dezembro, após relatos de estar debilitado de saúde. Os médicos identificaram um coágulo na cabeça do rapaz, mas apenas no dia 19 de janeiro saiu o diagnóstico de toxoplasmose.
Durante esse período no hospital, o homem foi acompanhado de amigos que moravam no país.
“O Eduardo falava que iria melhorar e queria vir embora para o Brasil. Hoje tem a opção de cremar e trazer as cinzas, mas pela situação de dor e saudade que meus pais sentem após quase seis anos sem vê-lo, queremos trazê-lo. Minha mãe está muito debilitada, triste, querendo fazer o enterro digno para ele. Ela quer muito o corpo dele aqui para enterrá-lo com uns parentes nossos no cemitério”, afirmou Leandro Fialho, irmão do falecido.
Segundo Leandro, amigos de Eduardo na França disseram que o rapaz teria entrado com um processo contra a empresa onde trabalhava, que não teve o nome divulgado, em razão das condições de trabalho. A família, porém, não tem mais informações e disse se preocupar apenas em trazer o corpo do rapaz a Minas Gerais.
APOIO
Leandro explicou que já conversou e tem contato com o consulado brasileiro na França, que auxilia nas burocracias para o envio do corpo, mas eles não arcam com a despesa da transferência. A cidade onde o rapaz estava internado já emitiu o atestado de óbito.
O consultor disse que a prefeitura de Tarumirim, onde mora a família de Eduardo, se colocou à disposição para ajudar a família e já contatou o Ministério das Relações Exteriores. A reportagem tenta contato com o órgão, mas não teve retorno até o momento.
Uma das preocupações da família é que o processo demore muito, inclusive pela falta de dinheiro para a transferência do corpo, e que o governo francês decida cremar Eduardo no país.
“Nós somos dois filhos, apenas. Então, eu fico aqui tendo que segurar o luto da gente para poder cuidar dos pais. É uma situação muito difícil.”
Os interessados em ajudar a família podem doar através do seguinte link: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/vaquinha-solidaria-leandro-fialho-martins
BEATRIZ GOMES
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)