Bolsonaristas são retirados de acampamento no QG do Exército e levados à PF em Rio Branco

Homens da PM e da Força Nacional começaram a desmontar acampamento golpista no Acre — Foto: Rede Amazônica Acre

O acampamento golpista montado em frente ao Comando de Fronteira Acre, o 4° Batalhão de Infantaria de Selva (4º Bis), em Rio Branco, foi desmontado por equipes das polícias Militar e Civil (PM-AC) e Forças Armadas na tarde desta segunda-feira (9). A desocupação foi uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Equipes da Prefeitura de Rio Branco também estiveram no local para ajudar a retirar a estrutura.


Um grupo de nove pessoas foi levado em um ônibus da PM-AC para a Delegacia da Polícia Federal da capital acreana após o comandante da operação, tenente-coronel Kleison Albuquerque, dar voz de prisão aos bolsonaristas. Foram seis homens e três mulheres foram levados para a PF.


A decisão do ministro foi publicada no início da madrugada desta segunda e determinou que a retirada dos acampamentos fosse feita em 24 horas pela Polícia Militar, com apoio da Força Nacional e Polícia Federal, se necessário, devendo ao governador do Estado ser intimado para efetivar a decisão, sob pena de responsabilidade pessoal.


Os manifestantes contrários ao resultado das eleições presidenciais estavam no local desde o dia 2 de novembro do ano passado. Para se abrigar, bolsonaristas montaram barracas, mesas, cadeiras, instalaram grades e cobriram com lona em uma área em frente ao quartel.


Bolsonaristas tentaram resistir e negociar com a polícia, mas receberam voz de prisão — Foto: Rede Amazônica Acre

O empresário Alan Fonseca de Oliveira Lima, que se apresentou como um dos líderes do ato, tentou negociar com os policiais afirmando que iriam desmontar o acampamento até o final da tarde. Contudo, o comandante da ação leu a ordem do ministro e destacou que a polícia tinha até 24h para cumprir a determinação.


Inconformado, o grupo chegou a ir para a porta do quartel para tentar entrar, mas foi impedido por homens do Exército que trancaram o portão. A Polícia também foi xingada e houve bate-boca.


Pela manhã, o governo do Acre, por meio da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que iria cumprir a determinação judicial após uma reunião com órgãos de segurança do estado e federais.


Resistência passiva


O tenente-coronel Kleison Albuquerque confirmou que houve uma reunião na manhã desta segunda entre as equipes da Secretaria de Justiça e Segurança Pública, Ministério Público do Acre (MP-AC), Procuradoria Geral do Estado (PGE) e outras instituições para alinhar as estratégias de retirada dos manifestantes.


Segundo ele, a ordem era para ler a decisão e deixar claro para o grupo que o local precisava ser liberado. Mesmo com um princípio de confusão, o coronel garantiu que houve uma resistência passiva dos golpistas. Essas pessoas devem, inicialmente, responder por desobediência e incitação ao crime.


“Foi muita conversa, tivemos muita paciência porque na conversa com o Ministério Público e a PGE observamos que tinha essa margem para dar o ultimato, para a pessoa tomar conhecimento da situação grave. Foi feita a leitura e insisti tanto para que as pessoas tivessem a oportunidade de sair. Estavam lá na desobediência, se juntaram para desobedecer e incitação [ao crime] porque falaram mil e uma coisas. Vamos pegar pelo que foi registrado e filmado, mas, no primeiro, momento é isso”, afirmou.


Albuquerque acrescentou que a desmontagem é feita por equipes da prefeitura com apoio da polícia. “Pela decisão para se manter a ordem, a Força Nacional vai apoiar isso, vai permanecer lá para que não tenha volta [dos bolsonaristas] e não se caia em uma desobediência à decisão”, confirmou.


Repercussão após invasões em Brasília


Instituições do Acre se pronunciaram nesse domingo (8) e repudiaram os atos terroristas e a invasão de bolsonaristas radicais ao Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, em Brasília. Vândalos depredaram os prédios, sedes dos poderes da República.


O governo do Acre se pronunciou, através da nota emitida pelo Fórum Nacional de Governadores, e ofereceu o envio de forças policiais para ajudar na segurança da área central de Brasília. A decisão ocorreu em reunião de emergência nesse domingo (8).


Pelas redes sociais, o governador do Acre, Gladson Cameli, disse que “A democracia brasileira é jovem, porém, consolidada. É essa liberdade que permite expressões e protestos públicos, mas de forma pacífica. Quando há violência e depredação do patrimônio público configura-se crime no qual todos nós brasileiros somos ameaçados e atingidos. Para todos os brasileiros, a paz e o diálogo. Para os criminosos a Lei.” Gladson disse ainda que “Como cidadão brasileiro, me senti também agredido pela vergonhosa agressão à democracia.


Por meio de nota, o Ministério Público do Estado do Acre, através do procurador-geral de Justiça, Danilo Lovisaro do Nascimento, e do corregedor-geral, Álvaro Luiz Araújo Pereira, repudiou veemente os atos de violência e vandalismo que foram praticados no DF contra as instituições democráticas.


O Tribunal de Justiça do Estado de Acre (TJAC) por meio da presidente, desembargadora Waldirene Cordeiro, expressou repúdio aos atos criminosos praticados, nesta data, contra a democracia brasileira, que atacam aos três Poderes da República e a soberania popular no resultado das eleições.


A Ordem dos Advogados do Acre (OAB-Seccional Acre) reforçou a nota emitida pela Ordem dos Advogados do Brasil Brasil (OAB) que disse que considera inaceitável a invasão dos prédios públicos e os ataques desferidos contra os Três Poderes realizados neste domingo.


O Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE-AC) também repudiou os atentados e chamou de terroristas os “atos de vandalismos ocorridos contra o Estado Democrático de Direito e a Constituição Federal.


Fonte: G1ACRE


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