documentário dirigido por Pedro Bial para o Globoplay sobre Xuxa Meneghel está na fase de finalização, mas a apresentadora não esconde a ansiedade com a chegada da produção no streaming. E ela contou que não foi fácil relembrar detalhes do abuso sexual que sofreu na infância, dos quatro aos 13 anos, retratada em uma das cenas do trabalho.
Xuxa tinha revelado para Bial que, quando sofreu o último abuso, foi para o mar e se esfregou com areia. “Eles botaram essa cena. Foi terapêutico, foi forte e mexeu comigo. Ao mesmo tempo, foi libertador. Parece que eu abri aquela caixinha que estava me fazendo mal e encarei de frente.”, contou Xuxa que participou da gravação no mar de Angra dos Reis. “Me senti protegida também porque eu estava ao lado do Pedro. A gente fez uma cena muito forte em Angra”, reconheceu em entrevista ao jornal Extra.
A apresentadora também falou sobre a forte campanha que fez contra a reeleição de Jair Bolsonaro nas últimas eleições presidenciais. “Sempre fui apolítica. A minha política sempre foi a das crianças. Nunca quis me colocar à frente, não sou apta nem entendo o suficiente sobre o assunto. Mas me senti na obrigação quando achei que estava passando dos limites. Era o momento de estar ao lado de pessoas que me fizeram chegar até aqui, como os gays, que são maioria no meu público.”, explicou.
Xuxa recebeu apoio, mas também foi muito criticada pelo seu posicionamento. Ela acredita que a exposição pode afetar seus trabalhos daqui em diante e que tenha perdido alguns amigos: “A gente tem agora a preocupação de quem a gente vai chamar para trabalhar comigo. Se ela tem a ver com esse meu pensamento porque posso deixar alguém constrangido”, começou ela que até deu exemplos.
“Tem classes, como a dos sertanejos, que era naquilo que eles acreditavam… Aí eu tenho um programa e vou entrevistar um sertanejo. Como vou conversar com essa pessoa? Logo eu que não tenho papas na língua. O futuro está diferente, e sei que não vou conseguir ficar quieta”, confessou Xuxa.