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Vídeo: Belo-horizontino cria ‘kit enchente’ para salvar pessoas em dias de chuva

Marcus Vinícius criou o kit para ajudar a evitar mortes ao longo dos últimos 10 anos — Foto: JOÃO GODINHO / O TEMPO

Acostumado a ver a porta do seu salão virar um rio em dias de chuva forte, o cabeleireiro Marcus Vínícius Pinto, de 59 anos, resolveu agir para evitar que vidas fossem perdidas. Desde 2012 ele criou um “kit enchente”, com cordas, boias, colete salva-vidas, entre outros itens de segurança, para salvar veículos presos na enchente que toma conta da rua Dr. Álvaro Camargos, no Santa Branca, na região da Pampulha, em Belo Horizonte.


No forte temporal que atingiu a região metropolitana da capital mineira na última quarta-feira (7), os equipamentos entraram em ação mais uma vez, quando duas pessoas acabaram retidas em um carro durante a inundação. Felizmente, o cabeleireiro estava trabalhando na hora e conseguiu evitar uma tragédia.


“Esses resgates sempre são feitos em frente ao meu salão, até achei que ia aposentar meu kit, com as obras que foram feitas, mas, na quarta, eu estava cortando um cabelo no segundo andar quando vi que a água começou a subir. Quando começa a espirrar a água do córrego do Nado eu já sei que é por que temos 2 minutos para retirar os carros”, detalha.


Ao ver que um veículo tentou passar pela enchente e acabou morrendo, por molhar o motor, ele imediatamente colocou seu kit em ação. “Em fração de segundos eu estiquei a corda e consegui segurar o carro, que já estava mais leve, flutuando na água. Consegui encostar no meio-fio e depois usei a corda para tirar o motorista e a passageira de lá”, conta.


Confira as imagens do resgate:


Conheça o homem que salvou duas pessoas durante inundação em BH


O “kit enchente” começou na verdade apenas com uma corda, já que Marcus Vinícius percebeu que sempre tinha necessidade de puxar um carro ou outro na inundação. “Depois vi que estava correndo risco de vida e comprei um colete salva-vidas, mosquetões para fixar nas pessoas com mais facilidade, uma boia, um cinto de segurança, pois já tive que descer de rapel do segundo andar do meu imóvel”, lembra.


Ao longo dos anos, ele foi acumulando resgates e, deles, surgiram amizades. “Muitos acabaram virando amigos, ou até clientes do meu salão. Eu faço isso por instinto, sempre gostei de ajudar as pessoas. Desde jovem, eu fui da aeronáutica, resgatava os outros em acidentes, ou quando passavam mal. Os vizinhos todos já me chamam quando precisam”, completa.


Cabeleireiro pede que pessoas não o “imitem”


Apesar da atitude heróica, ele lembra que, para fazer isso sem se colocar em risco, foi necessário acumular muito conhecimento.


“Eu sempre olho na internet sobre como atuar em caso de fogo, enchente e coisas do tipo. Peço que as pessoas se informem e não façam igual. Eu tenho cliente que é do Corpo de Bombeiros, sempre pego orientações também. Por isso, quando precisa, eu faço com toda segurança e confiança de que não estava em risco”, orienta.


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