O suspeito do ataque a tiros contra uma casa noturna LGBTQIA+ nos Estados Unidos que deixou cinco mortos foi denunciado nesta terça-feira (6) com 305 acusações criminais, incluindo vários homicídios.
O suspeito, de 22 anos, está sob custódia desde o ataque de 20 de novembro contra o Club Q em Colorado Springs, no noroeste do país, no qual 18 pessoas também ficaram feridas.
O homem, que se declarou não binário, compareceu ao tribunal nesta terça-feira (6) para ouvir as acusações.
Entre elas, 10 acusações de homicídio em primeiro grau (duas para cada vítima fatal), uma de homicídio doloso e outra de homicídio com extrema indiferença. Essas acusações podem levar à prisão perpétua sem possibilidade de condicional.
Nos EUA, é comum que os promotores apresentem várias acusações pelo mesmo crime.
O suspeito não falou durante sua apresentação ao tribunal. Ele também enfrenta 86 acusações de tentativa de homicídio em primeiro grau, bem como dezenas por crime de ódio e agressão.
O promotor distrital Michael Allen afirmou a jornalistas que o número de acusações mostra a seriedade que as autoridades estão dando ao ataque.
“Obviamente, apresentar 305 acusações diz ao público, a esta comunidade, a este estado e a esta nação que estamos levando este caso o mais a sério possível e que vamos prosseguir com todo o rigor da lei”, disse Allen.
O suspeito compareceu à audiência vestindo o uniforme amarelo da prisão. De barba, ele parecia ter se recuperado dos ferimentos que sofreu quando um dos clientes do Club Q interveio para tentar contê-lo.
O veterano militar Richard Fierro, que estava com a esposa no local, contou em entrevistas que pegou a arma do atirador e a usou para conter Aldrich.
Esse ataque armado deixou a comunidade LGBTQIA+ de Colorado Springs de luto, levando a pequena cidade ao limite.
Matthew Haynes, um dos proprietários do Club Q, observou que a inclusão de acusações de crimes de ódio mostra ter se tratado de um ataque direcionado.
“A tragédia no Club Q demonstra que as palavras importam e que as palavras têm consequências reais no mundo”, declarou Haynes ao Denver Post.
“Continuaremos a chamar a atenção daqueles que espalham retórica ofensiva e promovem a violência contra a comunidade LGBT+ para interromper esse comportamento antes que mais pessoas sejam feridas”, acrescentou.
Detalhes sobre Aldrich que vieram à tona após o ataque revelaram uma vida caótica, marcada por uma infância instável nas mãos de pais que sofriam com o abuso de drogas.
Uma audiência preliminar de dois dias foi marcada para 22 de fevereiro. O julgamento, no entanto, deve durar até 2024, segundo o promotor.
Por France Presse