A enfermeira Leidiane Rodrigues Nazário, de 35 anos, que ainda não consegue andar e falar direito após ser atropelada ao parar para ajudar uma mulher que apanhava do marido, em uma rua de Goiânia, conversou com o g1 nesta segunda-feira (12) em sua casa. Ela disse que espera que o empresário Leonardo Lobo responda na Justiça pelo atropelamento.
“Eu como cristã, perdoo o Leonardo por todo o fato acometido. Mas, independente disso, que ele, como homem, arque com as consequências das atitudes, se apresentando e respondendo ao processo judicial”, disse Leidiane.
Leidiane ficou quase 20 dias internada e voltou para casa no último sábado para continuar a recuperação. Por causa de cirurgias, ela não consegue andar nem comer até a recuperação completa.
“A gente que trabalha na área da saúde sabe da gravidade. Todos meus exames estavam alterados, meus sinais vitais, recebi duas bolsas de sangue. Pensei, realmente, que não iria sobreviver“, contou a enfermeira.
Atropelamento
Leidiane estava passando de moto no Bairro Jardim Abaporu quando viu o empresário agredir a esposa. Ela disse que não conhecia o casal.
Quando parou a moto, a enfermeira gritou que ia chamar a polícia. Durante a agressão, ela viu um menino de aproximadamente 7 anos descer do carro para defender a mulher, e também apanhou do empresário.
Os advogados de Leonardo Lobo pediram anonimato à Polícia Civil. Por isso, o g1 não localizou a defesa para se manifestar até a última atualização desta reportagem.
“Eu me comovi e parei a uns cem metros de distância deles, só para ele ver que tinha alguém observando, né? Ele ficou enfurecido com isso, entrou dentro do carro e passou o veículo por cima de mim“, contou Leidiane.
A delegada Azuen Albarello contou que o menino é filho da mulher agredida, mas ainda não sabe se é filho do suspeito.
A Polícia Civil apurou que o empresário está escondido junto com a mulher. A delegada disse que pode ser estratégia para evitar que a esposa fale com a polícia sobre a agressão e, assim, deixar de responder na Justiça por duas tentativas de feminicídio.
G1