A Rússia está pronta para negociar com todas as partes envolvidas na guerra na Ucrânia, mas Kiev e seus apoiadores ocidentais têm recusado se envolver em negociações, disse o presidente russo, Vladimir Putin, em entrevista transmitida neste domingo (25).
A invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro desencadeou o conflito mais letal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e o maior confronto entre Moscou e o Ocidente desde a Crise dos Mísseis de Cuba em 1962.
Não há, até agora, um fim à vista para a guerra.
O Kremlin diz que vai lutar até que todos os seus objetivos sejam alcançados, enquanto Kiev afirma que não vai descansar até que todos os soldados russos sejam expulsos de todo o seu território, incluindo a Crimeia, que a Rússia anexou em 2014.
“Estamos prontos para negociar com todos os envolvidos sobre soluções aceitáveis, mas isso é com eles – não somos nós que nos recusamos a negociar, são eles”, disse Putin à televisão estatal Rossiya 1 na entrevista.
O diretor da CIA, William Burns, declarou em entrevista publicada neste mês que, embora a maioria dos conflitos termine em negociação, a avaliação da CIA é que a Rússia ainda não levou a sério uma negociação real para acabar com a guerra.
Um assessor do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que Putin precisa voltar à realidade e reconhecer que é a Rússia que não quer nenhuma negociação.
“A Rússia atacou sozinha a Ucrânia e está matando cidadãos”, disse Mykhailo Podolyak no Twitter. “A Rússia não quer negociações, mas tenta evitar responsabilidades.”
Putin afirmou que a Rússia está agindo na “direção certa” na Ucrânia porque o Ocidente, liderado pelos Estados Unidos, está tentando isolar a Rússia. Washington nega que esteja tramando o colapso da Rússia.
“Acredito que estamos agindo na direção certa, estamos defendendo nossos interesses nacionais, os interesses de nossos cidadãos, nosso povo. E não temos outra escolha a não ser proteger nossos cidadãos”, disse Putin.
Questionado se o conflito geopolítico com o Ocidente estava se aproximando de um nível perigoso, Putin declarou: “Não acho que seja tão perigoso”.
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