O ex-presidente do Peru, Pedro Castillo foi destituído do cargo na quarta-feira 7, em um julgamento de impeachment, por tentar dissolver o Congresso ilegalmente para se manter no poder.
Segundo a agência Reuters, ele está em prisão preventiva no mesmo complexo penitenciário que o ditador Alberto Fujimori, de 84 anos, que governou o Peru entre 1990 e 2000. Fujimori cumpre uma pena de 25 anos por abusos de direitos humanos e corrupção.
A fonte da Justiça peruana disse à agência que apesar de que ambos ex-presidentes estejam detidos no mesmo prédio, não estão no mesmo espaço. Castillo estaria em uma cela policial, enquanto Fujimori em uma ala do Instituto Penitenciário Nacional (INPE).
A ex-vice-presidente, Dina Baluarte, foi empossada como a primeira mulher líder do país após o impeachment.
O promotor público disse que Castillo foi detido por acusações de rebelião, atuação inconstitucional e conspiração contra o governo.
“Castillo deve dar suas primeiras declarações formais aos promotores nas investigações de rebelião e conspiração na quinta-feira”, disse a fonte da Reuters, acrescentando que seu ex-primeiro-ministro, Aníbal Torres, era advogado de Castillo.
Fujimori é o único prisioneiro condenado em um complexo que foi construído para ele em Diroes antes de sua extradição do Chile em 2007 e posterior julgamento.
Fujimori dissolveu com sucesso o Congresso e assumiu o judiciário em 1992, uma medida apoiada pelas forças armadas e pela polícia em um momento em que o país lutava contra uma insurgência guerrilheira maoísta e enfrentava uma crise econômica.
Depois de um clamor internacional, ele realizou eleições legislativas e em 1993 redigiu uma nova constituição, favorecendo uma economia de mercado livre.
No complexo penitenciário, Fujimori tem uma cela com quarto, banheiro, escritório e acesso a um pátio onde cuida de um jardim.
Castillo, ao contrário de Fujimori, perdeu o apoio de seu governo e das forças armadas depois de ameaçar dissolver o Congresso.
Outro ex-presidente do Peru, Ollanta Humalla, que governou o país entre 2011 e 2016, também foi detido provisoriamente no mesmo local entre julho de 2017 e abril de 2018, em meio a investigações por corrupção.