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Mulher resgatada de cárcere privado diz ter sido vítima de violência por meses: ‘Queria controlar a minha vida’

Uma jovem de 25 anos que foi resgatada de cárcere privado em Curitiba, após escrever bilhetes com pedidos de socorro, relatou que sofria violência do suspeito havia pelo menos quatro meses.


O caso aconteceu no bairro Tatuquara, na última segunda-feira (26), na casa em que a mulher vivia com o companheiro, suspeito do crime.


“Ele era ciumento, possessivo, queimou minhas roupas. Queria controlar a minha vida, o jeito que eu me vestia”.


À RPC, a mulher contou que estava em um relacionamento com o homem havia um ano, e morava com o suspeito havia cerca de seis meses. Ela relatou que com 3 meses de relação iniciaram as agressões verbais, e que isso se agravou a partir do quarto mês.


A vítima contou, também, que a situação de cárcere começou depois que ela voltou para casa, após ter passado quatro dias na irmã. A mulher lembra que deixou a residência depois de ser agredida pelo companheiro com um pé de cabra.


“Há alguns dias ele me bateu com um pé de cabra e depois que ele me agrediu eu fiquei alguns dias na casa da minha irmã com medo dele […] Na cabeça dele ele achava que eu tava com outro nesses dias que eu fiquei na minha irmã. Aí depois desse momento ele me manteve presa dentro do quarto”.


Quando enviou os bilhetes, a mulher disse que o homem tinha ameaçado ela de morte com uma arma.


De acordo com o advogado de defesa da mulher, Thiago Rodrigues, a vítima ficou em situação de cárcere por pelo menos três dias. Na quarta-feira (28) a Justiça decretou a prisão preventiva do suspeito durante a realização da audiência de custódia.


A advogada Scheron Oliveira, que defende o homem, disse em entrevista à RPC que o cliente é inocente.


“Meu cliente me relatou que ele não fez nenhuma dessas coisas, que ele é inocente, que não manteve ela em cárcere privado, que o objetivo da arma de fogo nunca foi para ameaçar ela e ele nunca a agrediu”.


O advogado da vítima afirmou, também em nota, que se a mulher não tivesse sido resgatada, entraria para estatística de feminicídio.


O caso

A Guarda Municipal chegou até a casa onde a mulher estava em situação de cárcere depois de receber dois bilhetes na base da GM, no Tatuquara. A pessoa que entregou os recados não se identificou, nem contou como tinha conseguido as mensagens da vítima.


Em um dos bilhetes, a mulher relatou as ameaças que sofria.


“Por favor, me ajuda se você ler isso. Liga para a polícia. Nem meu filho eu posso ver, mais me ajuda. Por favor, não fala nada pra ninguém, só liga para a policia. Socorro. Me ajuda. Só achei essa forma (sic)”.


Ao chegar no local, o guarda municipal Herick Halabura, um dos responsáveis pela ocorrência disse que entrou na casa e localizou a vítima. Em seguida, a vítima relatou os fatos à corporação que procedeu com a abordagem ao homem.


“Quando a gente chegou, ela veio em direção a nós e aparentava bem assustada, até com olhar de alívio”, completou.


Uma arma, que segundo a vítima foi usada para ameaçá-la, foi localizada na sala da casa e apreendida. Aos agentes, o homem disse que não tinha conhecimento do revólver.


O guarda municipal disse ainda que durante a abordagem, o homem não reagiu e negou as acusações.


Violência contra mulher: veja como denunciar

Central de Atendimento à Mulher – 180


A Central de Atendimento à Mulher recebe denúncias de violência, orienta mulheres sobre seus direitos e faz o encaminhamento para outros serviços quando necessário. O serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.


É possível ter acesso ao atendimento por meio de uma ligação gratuita para o número 180, por meio de um e-mail para ligue180@mdh.gov.br, pelo aplicativo Proteja Brasil ou no site da ouvidoria.


Patrulha Maria da Penha – 153


A Patrulha Maria da Penha protege, monitora e acompanha mulheres que receberam da Justiça as medidas protetivas de urgência.


Vítimas ou testemunhas de qualquer descumprimento das medidas protetivas podem acionar o serviço.


A Patrulha Maria da Penha está disponível nas seguintes cidades:


  • Arapongas
  • Araucária
  • Cascavel
  • Curitiba
  • Foz do Iguaçu
  • Londrina
  • Maringá
  • Ponta Grossa
  • Sarandi
  • São José dos Pinhais
  • Toledo, via 190

Boletins de Ocorrência Online da Polícia Civil


A Polícia Civil do Paraná permite o registro Boletins de Ocorrência online para crimes de lesão corporal (violência doméstica), ameaça, injúria, calúnia, difamação e contravenção cometidos contra mulher.


Para registrar a denúncia online basta acessar o site. A Polícia Civil reforça que para registro do B.O por meio do link é preciso ter mais de 18 anos e o caso deve ter ocorrido dentro do Paraná.


Casa da Mulher Brasileira


Em Curitiba, a prefeitura oferece o serviço da Casa da Mulher Brasileira. No local, mulheres vítimas de violência encontram serviço de acolhimento e apoio psicossocial, com assistentes sociais e psicólogas.


Disque Denúncia Mulher


Mulheres vítimas de violência virtual podem buscar ajuda do Disque Denúncia Mulher por meio do telefone (41) 3210-2531.


Os crimes virtuais incluem a divulgação de imagens íntimas em sites e redes sociais sem o consentimento da vítima, a ameaça de divulgação de imagens íntimas para extorsão financeira e perseguição online (stalking).


Centro de Referência de Atendimento da Mulher (CRAM)


O Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram) é um espaço que presta acolhimento e atendimento humanizado às mulheres em situação de violência. São oferecidos atendimento psicológico, atendimento social, orientação e encaminhamento jurídico necessários à superação da situação de violência.


Disque Direitos Humanos – 100


Atende situações graves de violações dos direitos humanos que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em curso. O serviço aciona os órgãos competentes a cada situação e busca possibilitar o flagrante.


Para entrar em contato basta ligar para o número 100. O serviço funciona 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.


Por g1 PR e RPC — Curitiba


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