O idoso José Ribeiro da Silva, de 62 anos, que foi dado como morto por engano, teve a morte confirmada e, segundo o delegado responsável pela investigação do caso, Petterson Amin, a causa pode ter sido hipotermia. Segundo a família do homem, que estava com câncer, o Hospital do Centro-Norte Goiano (HCN), em Uruaçu, atestou o óbito do paciente, no entanto, ainda vivo, ele chegou a ser colocado em uma câmara fria e ficou por cerca de 5 horas dentro de um saco plástico.
O médico Lucas Campos, que assinou o atestado de óbito, foi afastado de duas atividades. De acordo com a irmã de José, Aparecida Ribeiro da Silva, ela foi avisada que o homem ainda estava vivo pelo funcionários de uma funerária em Rialma, cidade de origem do paciente, a cerca de 100 km do hospital onde ele estava internado.
O delegado Petterson Amin informou que solicitou exames para comprovar a causa morte do idoso, já que, inicialmente, ele pode ter morrido por hipotermia, ou seja, quando há perda excessiva de calor do corpo. “A causa da morte sendo hipotermia aumenta a responsabilidade do médico. Por isso, vamos alterar a tipificação do inquérito, que antes estava como tentativa de homicídio e, hoje, está como homicídio consumado, por dolo eventual”, disse o investigador.
O idoso morreu na última quinta-feira (1º/12). O corpo dele foi enterrado em Rialma, no norte goiano. O delegado completou que, na próxima semana, a polícia vai ouvir o médico, a família e coletar os documentos necessários.
A irmã de José, Aparecida Ribeiro da Silva disse que ficou revoltada com a situação. Aos prantos, a mulher afirmou que o idoso não merecia passar por esse sofrimento.
“Ele ficou dentro daquele saco, daquela gamela, daquela coisa que não é nem um caixão durante todo o tempo. O óbito foi registrado às 20h12, e o agente funerário percebeu que ele estava respirando à 1h05. No hospital, ele ficou em uma sala muito fria. Depois, teve a viagem de Uruaçu para Rialma, que são cerca de 100km. É uma situação revoltante, isso não me sai da cabeça”, reclama.
De acordo com ela, a situação foi absurda. “Foi assustador, uma sensação que não consigo explicar, achei que estivesse ficando louca. Fui para a porta da funerária, o Samu foi acionado e me informaram que ele estava com a saturação em 94, a pressão boa, é inadmissível o que aconteceu. Ele não consegue falar, está muito fraco, mas o médico pediu para que ele apertasse a mão, e ele apertou. Está acordado, com os olhos abertos, sentiu até cócegas, mas não consegue se expressar por meio da fala”, lamenta Aparecida.
Metrópoles