Menino internado em UTI do AC com meningite tem melhora e é extubado: ‘recebeu um milagre’, diz mãe

Menino internado em UTI do AC com meningite tem melhora e é extubado — Foto: Arquivo/Sesacre

O pequeno Davi Lucca Guimarães Torres, de 9 anos, internado com meningite bacteriana teve uma melhora no quadro clínico e foi extubado nessa quarta-feira (30). Ele segue na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Criança, que funciona atualmente no Into-AC.


A Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) informou que o estado de saúde do menino é estável e que ele está consciente e orientado na companhia de sua mãe. A previsão é que Davi seja transferido para a Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) até esta sexta (2).


A mãe da criança, a autônoma Bruna Ketlhen Barbosa comemorou a melhora do quadro clínico. “Davi recebeu um milagre de Deus. Foi extubado, já acordou, está falando com a gente e já se mexendo aos poucos. Eu estou aqui com ele no hospital, se tudo continuar correndo bem, ele sai da UTI amanhã [sexta, 2]. Agora, está aguardando avaliação da neuro para ver se vai ter alguma sequela. Mas, foi um milagre, ele saiu de um estado gravíssimo para estável em 24 horas”, disse.


A criança deu entrada no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) no último sábado (26), fez o exame, que confirmou o diagnóstico de meningite bacteriana. Agora, a Secretaria de Saúde do Estado aguarda o resultado de mais um exame para tentar identificar a bactéria causadora do quadro clínico de meningite.


A mãe de Davi contou ainda que ele está com a carteira de vacinação completa e que não faz ideia de como ele pode ter contraído a doença. Ela afirmou ainda que nenhum outro parente ou conhecido apresentou sintomas da doença.


“Não faço ideia de como isso aconteceu, ninguém que teve contato com ele teve sintomas. O Davi está totalmente vacinado, o quadro dele de vacinas está completo. Só falta tomar vacina de 11 anos, porque ainda está com 9 anos. A gente não tem nem noção de onde ele se contaminou”, afirmou Bruna.


Meningite


A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela é causada por diversos agentes infecciosos (bactérias, vírus e fungos).


Este ano, o Acre registra 67 casos suspeitos de meningites, segundo boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (1) pela Secretaria Estadual de Saúde. Ao todo, 13 casos foram confirmados no estado entre janeiro e esta quinta.


Desde janeiro, quatro pessoas morreram por conta da doença, sendo um óbito por meningite fúngica e 3 por meningite viral. Os dados apontam que a taxa de letalidade, em 2022, para todas as meningites é de 30,7%.


A meningocócica é uma meningite bacteriana e, junto com a pneumocócica, é considerada uma das formas mais graves e preocupantes da doença.


A meningite tem uma alta taxa de mortalidade e sequelas, como surdez, perda dos movimentos e danos ao sistema nervoso. As crianças são a faixa etária mais atingida, e os pacientes devem ter um acompanhamento por pelo menos seis meses depois da doença.


A doença é transmitida quando pequenas gotas de saliva da pessoa infectada entram em contato com as mucosas do nariz ou da boca de um indivíduo saudável.


Sintomas e diagnóstico


Os principais sintomas da meningite são dor de cabeça, febre e confusão mental. Nem sempre há rigidez na nuca, e o teste não pode ser feito por um leigo apenas ao baixar a cabeça – só um médico pode avaliar o quadro corretamente.


O diagnóstico “padrão ouro” ocorre pelo exame do líquor, líquido que banha o sistema nervoso. A cor do líquor já indica se a meningite é por bactéria ou vírus.


Baixa cobertura vacinal


A Saúde estadual alerta que o motivo do avanço nos casos e óbitos da doença é a queda do índice de vacinação, principal meio de prevenção e que chega a combater 90% das formas mais graves da doença.


No Acre, as taxas de cobertura vacinal contra a enfermidade, principalmente nas modalidades meningocócicas, estão abaixo das recomendadas pelo Ministério da Saúde (MS).


As vacinas contra a meningite bacteriana são consideradas as medidas mais eficazes e seguras para evitar quadros mais graves da doença, que produzem sequelas como amputações, surdez, cicatrizes ou morte.


A vacina disponível na rede pública protege contra o tipo C da doença e é ofertada ao público prioritário: crianças menores de cinco anos de idade, adolescentes de 11 e 12 anos e pessoas com comorbidade. A cobertura para a vacina meningocócica C (conjugada) no ano de 2021 foi de 69,81% em crianças. Já de janeiro a setembro de 2022, a cobertura está em 67,83%, sendo que o preconizado pelo MS é 95%.


Fonte: G1ACRE


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