Luxo de advogado acusado de ser estelionatário fez com que vítimas não desconfiassem de golpes, diz delegado

A ostentação de uma vida de luxo era rotina para o advogado Rodrigo Tosta Giroldo, suspeito de aplicar golpes milionários em empresário e colegas de profissão em Rondônia. E de acordo com as investigações da Polícia Civil, foi a exibição dessas posses que fez com que as vítimas não desconfiassem que estavam sendo iludidas com a proposta de retorno financeiro por meio da cessão de créditos de processo judicial.


As investigações tiveram início há cerca de uma semana e apontaram, até o momento, que o advogado movimentou mais de R$ 30 milhões.


O delegado Swami Otto, titular da Delegacia Especializada em Repressão às Fraudes (Defraude) e responsável pelas apurações do caso, afirmou ao g1 que o suspeito era “bem colocado socialmente”, característica que fazia com que as vítimas não desconfiassem dele.


“Além de advogado, ele é professor universitário, fazia parte do conselho da OAB-RO e era muito renomado. Essas qualificações faziam com que as vítimas não desconfiassem da vida de luxo que ele levava, pois ele era um advogado bem sucedido, que por algum motivo acabou entrando nessa situação”, diz.


Ao tomar ciência das denúncias, a Ordem dos Advogados do Brasil em Rondônia afirmou que suspendeu o advogado, de forma cautelar, sem tempo determinado. O objetivo é “preservar a honra da classe”.


Lavagem de dinheiro?


O crime base pelo qual Rodrigo Tosta é investigado é o de estelionato, do artigo 171 do Código Penal, que prevê a pena de reclusão, de um a cinco anos, e multa. O delegado Swami Otto explica que cada vítima configura um crime de estelionato.


“Aí se soma cada pena de cada vítima de estelionato, pois o crime aconteceu em concurso material, ou seja, no final as penas são somadas. Além disso, está sendo apurado também a lavagem de dinheiro. Mas eventualmente, ele não pegou esse valor e tentou ocultar em nome de terceiros, bens ou propriedades pra tentar legalizar esse dinheiro que entrou de forma indevida”, pontua.


Para configurar a possibilidade do crime de lavagem de dinheiro, pontua o delegado, ainda serão analisadas as informações colhidas por meio das medidas cautelares que foram feitas, tais como:


Prisão preventiva; mandados de busca em seis locais diferentes; indisponibilidade e sequestro dos bens; quebra de sigilo bancário e fiscal; bloqueio de contas.


“Os mandados de buscas foram realizados onde possivelmente ele poderia ser localizado, incluindo o seu escritório em Porto Velho. Todo esse material arrecadado e o que vai ser informado pelas instituições financeiras e a própria Receita Federal vai ser analisado”, explica Swami Otto.


Prisão confirmada


Após divulgar a foto do advogado Rodrigo Tosta, que estava como foragido da Justiça mediante decreto da prisão preventiva, o suspeito se apresentou à polícia do Paraná na manhã desta quarta-feira (20). O delegado Swami Otto e uma equipe da Defraude se deslocaram no avião da Polícia Civil para escoltar o preso até o sistema prisional rondoniense.


[G1/RO]


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