A ausência da senadora Simone Tebet (MDB-MS) na lista de ministros anunciada pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou a atenção, ontem, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), mesmo com a definição de 16 pastas. A tendência é de que o espaço dela no governo seja divulgado na próxima terça-feira, quando o futuro chefe do Executivo informará os 16 nomes restantes para compor a nova Esplanada.
Fundamental para a vitória de Lula no segundo turno, Tebet teria rejeitado a oferta de algumas pastas e reafirmado o desejo de assumir o Ministério do Desenvolvimento Social para obter protagonismo com projetos sociais e se cacifar às eleições de 2026. O escolhido, porém, foi o petista Wellington Dias, ex-governador do Piauí.
Lula não deu entrevista coletiva, mas afirmou durante o discurso, que vai contemplar aliados que o ajudaram a vencer as eleições.
Nos bastidores, não houve consenso entre os caciques petistas a respeito do lugar de Tebet. Ao Correio, diferentes integrantes da base do novo governo mencionaram três possibilidades para a senadora em fim de mandato: Meio Ambiente, Cidades e Planejamento. Durante a tarde e parte da noite de ontem, Lula se reuniu com Tebet; com o presidente do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP); e com os senadores Renan Calheiros (AL) e Eduardo Braga (AM).
Lula sinalizou que deve oferecer três pastas à legenda. Renan Filho (AL) deve ficar com o Ministério dos Transportes, Tebet ficaria com uma das três possibilidades, e o deputado José Priante (PA) assumiria o Ministério das Cidades. Hoje, o presidente eleito terá mais uma reunião com a aliada para uma definição.
À reportagem, o vice-líder do MDB na Câmara, deputado Hildo Rocha (MA), disse que a experiência de Tebet como prefeita lhe dá um status de “mestrado” na http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistração pública. Por isso, fará um bom trabalho em qualquer pasta que assumir.
“Entendo que ela busca uma pasta, que ela domine, que conheça. Lógico que não é só a questão da assistência social, dos programas sociais. Ela foi prefeita por duas vezes e, por isso, já tem a experiência. Digo que quem foi prefeito tem um mestrado em políticas públicas“, frisou. “Qualquer ministério que você colocar Simone Tebet, ela vai dar conta. Não tenho dúvida nenhuma em relação a isso.”
Caso a senadora opte pelo Ministério do Meio Ambiente, o PT poderá se ver em outro imbróglio. Isso porque o nome da deputada federal eleita e ex-ministra Marina Silva (Rede) era dado como praticamente certo para a pasta. Marina é respeitada internacionalmente pela defesa do meio ambiente e é do agrado de eleitores de Lula. A Rede fez parte da coligação Brasil da Esperança, que apoiou a chapa vencedora, portanto, há um compromisso de contemplar a legenda.
Cobrança do PV
O líder do Partido Verde (PV) na Câmara, o deputado federal Júlio Delgado (MG), enviou uma carta à presidente do PT, Gleisi Hoffmann, pedindo “isonomia” na divisão de ministérios dos partidos que compõem a base.
O parlamentar citou a nomeação da presidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Luciana Santos, para o Ministério da Ciência e Tecnologia para requerer uma pasta ao PV. A partir de 2023, os três partidos passarão a atuar como um só, após formarem uma federação no último pleito.
Correio Braziliense