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Irreverente, romântico e ‘pistola’: Tite exibe várias faces com a Seleção na Copa do Mundo

Tite celebra classificação da seleção brasileira para as quartas de final da Copa do Mundo — Foto: EFE

Definitivamente, Tite não é uma cara nova da Seleção. No cargo desde junho de 2016, ele completou 80 jogos no comando do Brasil na goleada sobre a Coreia do Sul. Mas a experiência — e a exposição — da Copa do Mundo no Catar revelam novas facetas de Adenor Leonardo Bachi, ao mesmo tempo que resgatam traços já conhecidos por quem acompanha futebol mais de perto.


Os repórteres Bruno Cassuci e Raphael Zarko fizeram em novembro um extenso perfil de Tite, às vésperas da apresentação para a Copa. Ele se mostrou um “quase carioca”, nadador rotineiro e doido por cocada.


Depois da chegada no Catar, em meio ao maior convívio com um grupo recheado de jovens, numa situação de alta visibilidade e cobrança como o Mundial, diferentes ângulos do técnico vieram à tona. Vamos a eles:


O irreverente


Tite é conhecido por gesticular e “falar muito” à beira do campo. Mas bater asas… Isso é novidade. Ele fez a dança do pombo após o gol de Richarlison contra a Coreia do Sul, com todo o cuidado necessário para não parecer desrespeito. O técnico só quis conciliar a sua forma de expressar alegria com a geração que lidera.


— A gente tenta se adaptar ao grupo, eles são muito jovens, e eu tento me adaptar à linguagem deles. Eles dançam, brincam. Um dia fui fazer a oração, aí estava o Grupo Molejo, tentei entrar e falaram pra eu ficar do lado. Falei: “Pô, me sacaram?”. E eles: “Só se você fizer a dança”. Mas aprender a dança deles é difícil (risos) — contou.


O romântico


Além de viralizar com a dança do Pombo, Tite chamou a atenção antes do jogo contra a Coreia do Sul por subir as arquibancadas e dar um beijo na esposa Rose, que estava acompanhada de uma das filhas do casal.


O técnico já deu várias declarações sobre a sua parceira. Só que esse beijo, num país em que demonstrações afetivas em público não são bem vistas, subiu o patamar de romantismo dele.


Tite beijou a esposa antes do início do jogo entre Brasil e Coreia do Sul — Foto: REUTERS/Paul Childs

Dias atrás, inclusive, o técnico enviou flores à esposa em comemoração ao aniversário de casamento deles. A nora de Tite postou nas redes sociais.


O religioso


Não se trata exatamente de uma faceta nova. A fé do treinador é conhecida desde os tempos de Corinthians. Mas pegou bem entre os cataris o fato de Tite, católico, ter procurado a mesquita que fica dentro do Centro de Treinamento da Seleção para rezar antes dos jogos.


O indignado


As entrevistas de Tite não costumam variar muito de temperatura e pressão. Por isso surpreendeu o tom do técnico em determinados momentos das coletivas dos últimos dias. O motivo? Rumores de que ele teria convocado Gabriel Jesus para a Copa já com problemas físicos. O técnico abordou o assunto antes e depois da vitória sobre a Coreia do Sul.


Teve uma informação que me deixou revoltado em relação a ele. Quero reiterar a irresponsabilidade da pessoa que colocou a notícia.”


O misterioso


Treinos fechados para a imprensa e nada de pistas sobre a escalação viraram rotina no dia a dia do Brasil no Catar. Tite mudou a forma de trabalhar em relação à Copa do Mundo de 2018, na Rússia.


A abertura da concentração para convidados, entre familiares e amigos dos jogadores, também é menor.


Tite tem fechado treinos da seleção brasileira durante a Copa do Mundo — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

O político


Tudo sobre a seleção brasileira em Copa do Mundo repercute mais e chega ao torcedor mais “leigo”. Exemplo: as entrevistas coletivas de Tite. E para muitos é novidade o fato dele colocar ao lado vários de seus colegas de comissão técnica e repassar perguntas dos jornalistas.


É uma estratégia para valorizá-los, dar mais espaço, mesmo para figuras conhecidas nacionalmente como o ex-jogador César Sampaio.


O técnico tem essa preocupação com a gestão das pessoas, vide a entrada de Weverton contra a Coreia do Sul. Alisson vinha bem na partida, e a equipe adversária chegava com perigo, mas Tite fez questão de promover a substituição e usar o terceiro goleiro.


Cléber Xavier, Fábio Mahseredjian e Tite, durante treino da seleção brasileira — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

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