O Irã executou, nesta segunda-feira (12/12), um segundo homem condenado pela participação nos protestos contra o governo que tomaram conta do país desde setembro, após a morte da jovem Mahsa Amini. Na semana passada, outro manifestante foi executado.
Majidreza Rahnavard foi condenado à morte por “guerrear contra Deus”. Ele teria esfaqueado dois agentes da força paramilitar Basich, durante um tumulto em 17 de novembro. Ao menos quatro agentes ficaram feridos no episódio.
Rahnavard foi enforcado publicamente esta manhã na cidade de Meshed, próxima à fronteira com o Turcomenistão, de acordo com a agência iraniana Mizan News.
Na última quinta-feira (8), o governo iraniano divulgou a primeira execução ligada às manifestações no país. Mohsen Shekari foi condenado pelo mesmo crime, após ferir um agente da força paramilitar. A morte dele levou à indignação internacional provocada pela aplicação de pena de morte aos participantes dos atos.
O ativista de Direitos Humanos do Irã, Mahmood Amiry-Moghaddam, alertou para a escalada de violência contra manifestantes no país.
“A execução pública de um jovem manifestante, 23 dias após sua prisão, é outro crime grave cometido pelo I.R. líderes e uma escalada significativa do nível de violência contra os manifestantes”.
Após a morte de Shekari, ele fez um apelo à comunidade internacional para que se posicione visando impedir as execuções.
“Milhares de manifestantes detidos e uma dúzia de sentenças de morte já emitidas. Existe um sério risco de execução em massa de manifestantes. A execução de hoje deve receber uma resposta tão forte que dissuada o I.R. líderes de mais execuções”, completou.
Manifestações
O país enfrenta uma forte onda de protestos desde a morte da jovem curda Mahsa Amini, 22 anos, em setembro. Ela havia sido presa pelos policiais por desrespeitar o uso obrigatório do véu islâmico.
O Ministério do Interior iraniano comunicou que houve mais de 300 mortes desde o início das manifestações. Entre as vítimas, estão agentes das forças de segurança, manifestantes e participantes de grupos armados considerados contrarrevolucionários.
As autoridades, que se referem às manifestações como “distúrbios”, acusam com frequência os Estados Unidos e aliados ocidentais, assim como grupos curdos no exterior, de estimular o movimento de protestos sem precedentes.
Metrópoles