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Criança de 11 anos com anemia falciforme sonha com transplante de medula óssea no AC: ‘Queria poder brincar’

Menino foi diagnosticado com anemia falciforme quanto tinha 25 dias de vida — Foto: Arquivo pessoal

“Queria poder brincar, poder ser uma criança normal”. Esse é o sonho de Wallisson Oliveira do Nascimento, de 11 anos, que vive com anemia falciforme desde muito pequeno e deseja fazer um transplante de medula óssea que pode fazê-lo ter uma vida melhor.


Apegados também a esse sonho, os familiares de Wallisson, que moram em Rio Branco, começaram uma campanha para arrecadar R$ 100 mil para ajudar nas despesas médicas dele durante dois anos, período em que deve ficar em São Paulo para o transplante.


“Eu sofro muito, sinto muitas dores. O transplante é o que mais almejo para ter uma vida normal. Sonho em ser uma criança normal como todas as outras”, diz o menino.


No início do mês, Wallisson precisou ser internado novamente e passou seis dias em tratamento. Essa foi apenas uma das vezes que ele foi parar no hospital por conta da doença. Ele contou o que pretende fazer quando realizar o sonho e voltar para casa.


“Gostaria de jogar bola quando voltar [após o transplante], ir para piscina, que não posso, e fazer várias coisas. É meu sonho”, resume.


O menino foi diagnosticado com anemia falciforme, doença sanguínea hereditária e muito agressiva, quando tinha 25 dias de vida e fez o teste do pezinho. Aos seis meses, ele refez o exame e a família teve a confirmação do diagnóstico.


A primeira crise veio aos sete meses. “Desde então não parou mais, foi tendo mais crises. É uma doença que atinge os órgãos. Hoje ele tem 11 anos e já atingiu o coração, tem cardiopatia, tem sopro, necrose nos dois fêmures”, relatou a mãe do menino, Sandra de Oliveira.


Campanha

A criança faz tratamento na capital acreana e soube que o transplante de medula óssea pode trazer a cura para a doença. Porém, esse transplante não é disponibilizado pela rede pública.


Sandra explica que a criança pode ser assistida por médicos particulares por meio de um plano de saúde que cobre os custos. Só que a estadia e todas as despesas do acompanhante devem ser custeados por recursos próprios.


“O transplante é a cura. Não faz pelo SUS e a gente não tem condições de pagar ele, é muito caro, é muito dinheiro. A gente fez um plano de saúde para poder cobrir e tentar fazer. Precisamos do dinheiro para nos manter lá, almejo ir para São Paulo, mas a médica falou que podemos ir para outro estado que tenha também. Quero em São Paulo porque tem a melhor equipe”, disse.


A família já conseguiu R$ 20 mil. A campanha foi lançada em setembro deste ano, mas a ajuda recebida ainda é pouca. A mãe explica que não há data certa para viajar com o filho e iniciar os procedimentos para o transplante porque depende do dinheiro.


“Esse ano foram nove internações, fez três transfusões de sangue. Não estamos conseguindo a ajuda. Meu sonho e o dele também é fazer esse transplante. Ele grita de dor, no hospital os enfermeiros choram com ele. Ele vai para a morfina, é muito triste. Meu filho vive mais no hospital do que em casa”, lamentou.


Por Aline Nascimento, g1 AC — Rio Branco


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