Em tempos de Copa do Mundo, os grupos que você mantém no WhatsApp para falar sobre futebol estão, provavelmente, “bombando”. Imagine, então, estar no Qatar e representando o Brasil.
Só que, nos bastidores da seleção brasileira, o aplicativo de mensagens não serve apenas para o lazer. Ele é também ferramenta de trabalho e, especificamente, no Qatar, até a CBF tem um plano traçado para fazer com que o WhatsApp sirva para aproximar a confederação do público jovem.
Começando pelo que acontece no dia a dia da seleção. É pelo WhatsApp, por exemplo, que a comissão técnica compartilha materiais táticos específicos para cada jogador, com pequenos vídeos já os orientando para possíveis duelos que tendem a acontecer nos próximos jogos.
Os auxiliares Matheus Bachi e Cléber Xavier, principalmente, se dividem para repassar esses materiais em conversas individuais com os atletas no aplicativo. Um zagueiro, por exemplo, recebe vídeos curtos com movimentações do centroavante adversário, em situações que podem se repetir nas partidas.
Esse trabalho é feito com todo o elenco, embora haja quem goste mais de estudar os rivais, como o zagueiro e capitão Thiago Silva, ou menos, como Neymar, que já disse preferir focar no próprio jogo.
A seleção também tem grupos no WhatsApp. Há um geral com vários jogadores convocados durante o atual ciclo de Copa do Mundo, e um específico que é criado para cada convocação. O objetivo principal desse grupo é compartilhar informações logísticas e programações com todos, mas, claro, sempre há espaço para uma mensagem – ou figurinhas ou memes – mais descontraída entre os atletas.
Já fora de campo, o WhatsApp também foi a porta de entrada para que a CBF fechasse uma parceria com a Meta, empresa que é dona do aplicativo e também do Instagram e Facebook.
Segundo apurou a ESPN, o valor do contrato é de R$ 10 milhões. Nem toda essa cifra, no entanto, chegará aos cofres da confederação, já que as partes concordaram em um modelo de permuta, no qual as plataformas cedem parte do valor, por exemplo, em espaços de anúncios para entidade que comanda o futebol brasileiro.
Foi a CBF quem buscou o WhatsApp, com um objetivo de conseguir aproximar sua marca do público jovem. Desse contato inicial, a parceria evoluiu, e a Meta se tornou parceira da seleção também com o Facebook e Instagram.
Já há uma primeira iniciativa desse trabalho em conjunto em vigor no Qatar. Os torcedores podem interagir com o mascote Canarinho no WhatsApp através de um número próprio. Um “robô” do personagem responde as mensagens recebidas, envia figurinhas personalizadas e até informações sobre os treinos do Brasil – claro, nada comparado ao detalhamento que é feito no trabalho “de verdade” da comissão técnica com os jogadores no mesmo aplicativo.
Só que o projeto vai além. Desde Turim, na Itália, onde o Brasil iniciou sua preparação da Copa, um grupo da Meta acompanha a seleção fazendo imagens do dia a dia dos trabalhos da equipe. Pelo contrato com a seleção, a empresa também recebe todo material bruto que é gravado pela CBF TV nos bastidores.
“Os torcedores poderão acompanhar a jornada dos atletas mostrando seu dia a dia antes e durante o torneio e como eles se mantêm em contato com a família e os amigos por meio do WhatsApp neste momento tão crucial para suas carreiras. Os vídeos exclusivos estarão disponíveis nas redes sociais do WhatsApp e CBF“, anunciou a confederação, no texto oficial de lançamento da parceria, em novembro.
O projeto da Meta com a CBF e a seleção na Copa do Qatar tem ainda o envolvimento de parte da equipe que foi responsável por um curta-metragem do WhatsApp sobre a vida de Giannis Antetokoumpo, astro do Milwaukee Bucks na NBA, em uma das primeiras iniciativas do aplicativo nesse mercado.
ESPN