Desde que Gustavo Montezano, presidente do BNDES , assumiu o banco de desenvolvimento estatal em 2019, ele evoluiu de um provedor central de financiamento para projetos de infraestrutura do país para um papel consultivo que traz financiamento privado.
Uma das principais reformas foi a introdução do financiamento sem recurso no Brasil, que tornou o financiamento de projetos atraente para empresas internacionais. O banco está trabalhando com o governo brasileiro para melhorar o ambiente financeiro para investimentos estrangeiros na crescente indústria de infraestrutura do país.
O BNDES agora vai mais longe – criou um grupo próprio, que Montezano, falando à Euromoney em São Paulo, chama de “banco de investimentos” interno do BNDES. Seu nome oficial é Fábrica de Projetos.
“Quando entrei no BNDES havia uma clara falta de projetos no pipeline brasileiro e, até hoje, ainda não existem grandes oportunidades de infraestrutura brasileira, mas está melhorando”, diz Montezano. “Estamos alcançando rapidamente o Chile, a Colômbia, México e Peru.”
Nova gestão e dúvidas
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva nomeou um economista de esquerda para liderar o banco de desenvolvimento do Brasil, dando-lhe a missão de ajudar a “reindustrializar” o país.
Aloizio Mercadante foi confirmado por Lula como o novo presidente-executivo do banco conhecido como BNDES na terça-feira. A notícia de que o presidente eleito planejava escolhê-lo já havia abalado os mercados brasileiros no dia anterior.
Em entrevista, o ex-presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, criticou a gestão Lula e Dilma e admitiu que os empréstimos, concedidos em gestões anteriores lideradas pelo Partido dos Trabalhadores, eram um equívoco.
“Há uma crítica a esses empréstimos e eu diria até que olhando hoje, é claro que eles não tinham condições de pagar”, teria dito Oliveira.
Dívidas
Apesar de Lula ter dito em entrevistas que os países tem dificuldades mas acabam pagando os espréstimos, o fato está longe da realidade.
Os governos da Venezuela, Cuba e Moçambique acumulam dívidas de mais de 5 bilhões de reais em decorrência de empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Os empréstimos do BNDES foram usados para financiar obras de infraestrutura, de acordo com informações da Veja e do jornal Estado de São Paulo.
Os contratos – estimados hoje em quase R$ 14 bilhões – foram assinados durante os mandatos dos ex-presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff, e os atrasos somam hoje R$ 5,2 bilhões, segundo a Veja.
R7 Notícias