Ainda na UTI, menino em tratamento contra meningite já conversou com a mãe e disse que queria ir para casa

O menino Davi Lucca Guimarães Torres, de 9 anos, internado com meningite bacteriana desde o último 26, continua apresentando melhoras no quadro clínico. Ele permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Criança, que funciona atualmente no Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC), mas já conseguiu se comunicar com a família e pediu para ir para casa.


“Segue na UTI esperando uma avaliação da neurologista. Os exames estão apresentando melhoras, mas ele ainda está muito sonolento e precisamos esperar o processo. [Disse] que estava com saudades e que queria ir pra casa”, contou a mãe da criança, Bruna Ketlhen Barbosa, ao g1 neste domingo (4).


A criança deu entrada no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) no último sábado (26), fez o exame, que confirmou o diagnóstico de meningite bacteriana. Agora, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesacre) aguarda o resultado de mais um exame para tentar identificar a bactéria causadora do quadro clínico de meningite.


No último dia 30, a mãe de Davi afirmou que ele estava com a carteira de vacinação completa e que não fazia ideia de como ele poderia ter contraído a doença. Segundo ela, nenhum outro parente ou conhecido apresentou sintomas da doença.


“Não faço ideia de como isso aconteceu, ninguém que teve contato com ele teve sintomas. O Davi está totalmente vacinado, o quadro dele de vacinas está completo. Só falta tomar vacina de 11 anos, porque ainda está com 9 anos. A gente não tem nem noção de onde ele se contaminou”, afirmou Bruna.


Meningite

A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela é causada por diversos agentes infecciosos (bactérias, vírus e fungos).


Este ano, o Acre registra 67 casos suspeitos de meningites, segundo boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (1) pela Secretaria Estadual de Saúde. Ao todo, 13 casos foram confirmados no estado entre janeiro e esta quinta.


Desde janeiro, quatro pessoas morreram por conta da doença, sendo um óbito por meningite fúngica e 3 por meningite viral. Os dados apontam que a taxa de letalidade, em 2022, para todas as meningites é de 30,7%.


A meningocócica é uma meningite bacteriana e, junto com a pneumocócica, é considerada uma das formas mais graves e preocupantes da doença.


A meningite tem uma alta taxa de mortalidade e sequelas, como surdez, perda dos movimentos e danos ao sistema nervoso. As crianças são a faixa etária mais atingida, e os pacientes devem ter um acompanhamento por pelo menos seis meses depois da doença.


A doença é transmitida quando pequenas gotas de saliva da pessoa infectada entram em contato com as mucosas do nariz ou da boca de um indivíduo saudável.


Sintomas e diagnóstico

Os principais sintomas da meningite são dor de cabeça, febre e confusão mental. Nem sempre há rigidez na nuca, e o teste não pode ser feito por um leigo apenas ao baixar a cabeça – só um médico pode avaliar o quadro corretamente.


O diagnóstico “padrão ouro” ocorre pelo exame do líquor, líquido que banha o sistema nervoso. A cor do líquor já indica se a meningite é por bactéria ou vírus.


Com informações g1.


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