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Vendas no “Dia dos Finados”: uma tradição que passou de pai para filho

Victor Cauã (19) ainda era criança quando o pai, o senhor Antônio Viana Borges (72), começou a trabalhar vendendo velas nos cemitérios de Rio Branco, no “Dia de Finados”. O exemplo do pai nessa lida influenciou o jovem a seguir a carreira como autônomo. Victor cresceu, ficou adolescente, e há oito anos trabalha junto com seu Borges no mercado informal. Além da cumplicidade, ambos nutrem boas expectativas para as vendas durante o feriado dessa quarta-feira (02).


Uma pequena mesa posta na entrada paralela do Cemitério São João Batista virou ponto comercial e de distribuição da família. Sobre ela, embalagens, caixas de velas e de fósforos, prontas para a clientela. O trabalho começou cedo na preparação das caixas, mas antes, ainda na terça-feira (01), eles foram garantir um pequeno espaço na calçada do cemitério. Todos os anos, o local é bastante disputado pelos vendedores, por isso, é importante chegar com bastante antecedência.


“Compramos um estoque com 35 caixas de velas e queremos vendê-las durante o dia. Temos uma expectativa muito boa nas vendas desse ano em relação ao ano passado. Em 2021, a gente comprou 40 caixas de velas e vendemos menos da metade. Tivemos prejuízos! O motivo da baixa procura foi por conta da pandemia, né? As pessoas ainda estavam com medo de vir pro Cemitério, mais se Deus quiser esse ano tudo vai melhorar”, comenta Victor.


A reclamação das vendas fracas é lembrada por seu Borges que aproveitou para fazer comparação com anos passados. “Sinceramente no ano da pandemia as vendas foram melhores, o pessoal veio pro cemitério. No ano passado a gente sentiu que o movimento foi muito fraco. Hoje espero que possamos superar as vendas (…) Isso me faz sentir saudades dos anos que vendia 70 caixas de velas num dia só”, compara e reclama:  “Atualmente até o preço da caixa tá desfavorável para nós”.


Seu Borges aposta na irreverência e no bom atendimento para atrair a clientela. Experiente, o vendedor revela que é preciso conversar com o cliente, tratar muito bem, e até ouvir as reclamações e queixas deles. “A gente aposta na qualidade do atendimento, né? Porque se você atender essas pessoas que já estão assim, tristes, chorosas com essa data, com cara feia, mal-educado, você perderá o cliente. Por isso, nossa família promete fazer um atendimento de muita qualidade aos nossos amigos”, revela, sendo confirmado por Victor.


A dupla vai receber reforço durante o dia. A esposa do seu Borges e a outra filha, irmã de Victor, vão para o local ajudar. “É um comércio de família, né? É assim todos os anos. A gente é unido, sempre ajudando o outro. Quando o meu pai cansar, vem a minha irmã ou a minha mãe”, explica Cauã sendo interrompido pelo pai: “É um privilégio trabalhar junto com eles”.


Depois do Dia de Finados, de contabilizar os lucros, seu Borges continuará com as vendas. Já Victor tem outros planos. Quer fazer faculdade para melhorar as condições da família. O rapaz sonha em cursar direito numa universidade pública, num futuro próximo. “Este é o meu sonho, minha vontade. Vou me dedicar a isso e quando chegar lá, nunca vou me esquecer daqui”, conclui.


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