O ministro das Infraestruturas da Ucrânia, Oleksandre Koubrakov, revelou nesta quinta-feira (17), que o acordo sobre a liberação da exportação de cereais ucranianos através do Mar Negro será prolongado por mais quatro meses.
A declaração do ministro foi feita após negociações com o secretário-geral das Organizações das Nações Unidas, António Guterres, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O secretário-geral da ONU também confirmou a assinatura da prorrogação do pacto da saída dos cereais. “Congratulo o acordo firmado por todas as partes no sentido de manter o acordo dos cereais para facilitar a navegação segura da exportação de cereais, alimentos e fertilizantes da Ucrânia”, disse Guterres, citado pela Reuters.
De modo que, a ONU e a Turquia continuam responsáveis pela operação. “O acordo será prorrogado por 120 dias. As autoridades deram outro passo importante na luta global contra a crise alimentar. Apelamos oficialmente aos parceiros com uma proposta para estender a iniciativa por 1 ano e incluir o porto de Mykolaiv nela. Também é importante garantir o funcionamento eficaz do Centro de Coordenação Conjunta (JCC, na sigla em inglês). Apresentamos as nossas propostas para a resolução dos problemas existentes.”, escreveu Koubrakov na rede social Twitter.
Na última terça-feira, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, já havia assegurado que o líder da Rússia, Vladimir Putin, tinha sinalizado luz verde para renovar o acordo que facilita a saída de cereais e fertilizantes russos e ucranianos pelo Mar Negro.
A primeira etapa da iniciativa diplomática em funcionamento desde julho sobre o transporte de grãos no Mar Negro expira na próxima sexta-feira. Até o momento já foram exportados 11 milhões de toneladas a partir dos portos ucranianos.
A invasão russa da Ucrânia desencadeou uma crise alimentar e energética global e as Nações Unidas alertaram para a insegurança alimentar no mundo e o aumento significativo da fome, sobretudo, nos países mais pobres.
A Rússia e a Ucrânia produzem quase um terço das exportações mundiais de trigo. No entanto, as sanções do Ocidente contra a Rússia e os combates ao longo da costa marítima do leste da Ucrânia impediram, antes do acordo ser selado, os navios com trigo de saírem em segurança dos portos.
Diario de Pernambuco