A família de Francisco Aparecido Oliveira Lima, de 21 anos, está desesperada em busca de saber o que aconteceu com o jovem, mais conhecido como Chiquinho. Segundo a família, ele foi preso no lado boliviano no último dia 28, passou por três delegacias no país vizinho e um documento alega que foi entregue para a polícia brasileira, porém, ele não está em nenhuma unidade do Acre.
Francisco Aparecido foi abordado, segundo a família, por militares bolivianos. Aparecida Nascimento, esposa dele, informou que onde ele passava havia acabado de acontecer um assalto e, por isso, foi abordado.
“Ele foi pego, atendido pelo Corpo de Bombeiros, estava no mototáxi e foi levado para a Corporação e de lá foi para mais dois departamentos”, conta.
Os dois moram em Brasileia, no interior do Acre, mas, segundo Aparecida, estavam no país vizinho em busca de emprego. “Estávamos abrigados na casa de um amigo e quando ele saiu de mototáxi foi abordado e levado pela polícia boliviana. Logo quando ele saiu de casa tinha acontecido um assalto na proximidade de onde ele estava passando e, por isso, foi abordado”, conta a esposa dele.
Aparecida diz ainda que a família está passando dias de muita angústia sem saber o que aconteceu com ele. “A gente quer uma resposta. A gente teme até pela vida dele, mas precisamos saber o que aconteceu. Se está vivo ou morto”, destaca.
Apelo de mãe
A mãe do acreano, Francimare de Oliveira, fez um vídeo fazendo um apelo às autoridades bolivianas para que ajudassem a localizar o seu filho. Ela tem um documento informando que seu filho foi deportado. Inclusive, ela chegou a dar entrevistas para a imprensa boliviana. Em um vídeo, ela diz que está desesperada e que precisa de informações do paradeiro do seu filho.
“A notícia que temos é que passou por três delegacias da Bolívia e foi entregue à polícia brasileira, então encarecidamente, aqui é uma mãe que se encontra desesperada em busca do seu filho. Estou em busca de informações dele. Segundo versões, ele foi deportado ao Brasil, mas não temos informações dele aqui”, diz.
Ao g1, a Polícia Civil confirmou que a família fez um boletim de ocorrência em Brasileia. Mas, que o acreano não deu entrada em nenhuma das delegacias da fronteira. Francisco responde por homicídio qualificado – com processo já julgado – e também por integrar organização criminosa.
A família também procurou o Ministério Público do Acre (MP-AC), que está acompanhando a situação e deve requisitar alguns ofícios às autoridades brasileiras. Segundo a promotora Pauliane Mezabarba Sanches, o MP também vai mandar um ofício para a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal).
“Abri uma notícia de fato e vamos expedir ofícios, tanto para a delegacia de Epitaciolândia, como para a de Brasileia, para saber se ele foi ou não entregue para a polícia do Brasil. Também vamos fazer um ofício para Interpol, porque a família diz que registrou ocorrência lá, só reforçando mesmo o procedimento que a Interpol tem interno para localizar brasileiros que estão em países estrangeiros”, destaca.
O g1 entrou em contato com o consulado do Brasil na Bolívia para saber se acompanha a situação e aguarda retorno.