Imóveis e veículos de luxo foram apreendidos pela Polícia Federal (PF), na manhã desta terça-feira (22), em endereços ligados a uma organização criminosa que é considerada uma das maiores fornecedoras de cocaína no país.
Os mandados judiciais são cumpridos nos estados de Rondônia, Mato Grosso do Sul, Bahia, Santa Catarina e Distrito Federal, através da 3ª etapa da Operação Pavo Real.
Ao todo, a Justiça Federal autorizou o cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de 16 veículos e 66 imóveis de luxo ligados a quadrilha.
Segundo a PF, a nova fase da Pavo Real é um desdobramento das operação feita 2020, quando foram presos cinco traficantes, incluindo o filho de Jarvis Pavão.
Jarvis Chimenes Pavão, que está preso, era um dos principais fornecedores de cocaína do país e já tem condenação a mais de 60 anos de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e tráfico internacional e drogas.
Quando as investigações iniciaram?
Em fevereiro de 2019, após a PF identificar a movimentação de valores por um dos internos da Penitenciária Federal de Porto Velho. À ocasião, os policiais encontraram em uma cela diversos bilhetes escritos à mão e com anotações de imóveis codificados por siglas e codinomes.
A primeira fase da operação foi feita em junho daquele ano. Na época foram cumpridos mandados de busca e apreensão em imóveis de alto padrão em Porto Velho, que teriam sido alugados pelo grupo criminoso para ficar mais próximo à penitenciária federal da cidade.
Segundo as investigações, mesmo preso, Jarvis comandava um esquema de lavagem de dinheiro e ocultação de bens obtidos por meio do tráfico internacional de drogas. A organização criminosa contava com a esposa, a mãe, o padrasto, filhos, genros, irmãos e sobrinhos dele. Todos foram alvos de mandados de prisão.
Em 2019, a PF já havia sequestrado 17 veículos de luxo da quadrilha, avaliados em R$ 2,3 milhões e cerca de 50 imóveis.
Na primeira etapa da operação Pavo Real, a Justiça Federal determinou ainda bloqueio de mais de R$ 302 milhões das contas de 96 investigados, entre pessoas físicas e jurídicas, e a suspensão da atividade comercial de 22 empresas utilizadas pela organização criminosa.
Novos bens milionários descobertos
A partir da operação feita em junho de 2019 e 2020, a PF seguiu analisando os materiais apreendidos e descobriu que a organização criminosa tinha o envolvimento de outras outras pessoas.
Foi identificado também que esses integrantes que passaram ‘ilesos’ da primeira fase da operação fizeram a ocultação do patrimônio, mas a PF conseguiu identificar 58 veículos e 73 imóveis de luxo pertencente ao grupo criminoso.
Segundo a polícia, parte desses bens já haviam sido vendidos a terceiros de boa-fé e, por isso, a Justiça autorizou a apreensão apenas de 66 imóveis e de 16 veículos.