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Número de queimadas no Acre é quase 22% vezes maior que a média registrada em 10 anos

Foto: Arquivo/Alexandre Noronha

O número de queimadas no Acre aumentou em quase 22% em relação à média registrada entre 2012 e 2021, que foram 40 focos. Este ano, entre 1º e 10 de novembro, o estado contabiliza 882 focos. Os dados são do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) analisados pelo Fundo Mundial para a Natureza WWF Brasil.


A ONG destaca que as queimadas na Amazônia dispararam após o segundo turno das eleições, no último dia 30.


O levantamento mostra que o estado com mais focos é Rondônia, que registrou nos primeiros dez dias deste mês 1.526 focos de queimadas. A média registrada no mês período entre 2012 e 2021 foi de 149 focos.


Os registros também dispararam no Amazonas e Mato Grosso. A expectativa era de que as queimadas reduzissem com o início do período de chuvas. Nos quatro estados que se destacam no aumento, os valores estão acima das médias registradas nos últimos nove anos para os primeiros 10 dias de novembro deste ano.


“O aumento dos alertas de desmatamento e queimadas era esperado – ainda assim, os números dos primeiros dez dias de novembro são assustadores. Enquanto em outubro as queimadas se mantiveram no mesmo patamar dos dois anos anteriores, o início de novembro mostra claramente uma corrida desenfreada pela devastação em alguns estados. É urgente que os sistemas de proteção da floresta sejam restabelecidos. O fogo é um dos principais fatores de degradação no bioma da Amazônia, além de ser responsável por milhares de problemas respiratórios e internações a cada ano”, explica a gerente de Ciências da ONG, Mariana Napolitano.


Número de focos de queimadas por ano no Acre e demais estados — Foto: Reprodução/WWWF Brasil

Número de focos de queimadas por ano no Acre e demais estados — Foto: Reprodução/WWWF Brasil

A divulgação dos dados é feita na semana que ocorre a 27ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 27, que iniciou no último domingo (6) no Egito. O evento deve durar cerca de duas semanas e tem um peso fundamental para a ação climática global frente às mudanças climáticas. Chefes de 90 estados devem participar.


Pior mês das últimas duas décadas


Com o aumento dos focos, o Acre tem o pior novembro de queimadas dos últimos 24 anos e o resultado de toda essa queimada é a fumaça que encobre as cidades.


Em dados gerais, o estado acreano ficou em quarto lugar entre as federações com mais registros de queimadas do país, segundo o Inpe.


Sobre as áreas de proteção, a Reserva Extrativista Chico Mendes foi a que mais sofreu ameaça e pressão pelo desmatamento no mês passado.


Por g1 AC — Rio Branco


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