O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, abriu os trabalhos do segundo dia da 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP27, nesta segunda-feira (7/11), com um alerta à comunidade internacional.
“Estamos em uma estrada rumo a um inferno climático, com o pé no acelerador”, afirmou.
Em novo estudo divulgado nesse domingo (6/11), durante a cúpula, a Organização Meteorológica Mundial afirma que os últimos oito anos podem ter sido os mais quentes já registrados. Um relatório global divulgado pela ONU também mostra que as promessas climáticas dos países ainda não são suficientes para conter o cenário catastrófico provocado pelo avanço das mudanças climáticas.
“Estamos na luta de nossas vidas. E estamos perdendo. As emissões de gases de efeito estufa continuam crescendo. As temperaturas globais continuam subindo. E nosso planeta está se aproximando rapidamente de pontos de inflexão que tornarão o caos climático irreversível”, afirmou o chefe da ONU.
I have just warned global leaders at #COP27:
We are on a highway to climate hell with our foot on the accelerator.
Our planet is fast approaching tipping points that will make climate chaos irreversible.
We need urgent #ClimateAction.
— António Guterres (@antonioguterres) November 7, 2022
Guterres continuou o discurso afirmando que a transição dos combustíveis fósseis para alternativas sustentáveis deve ser priorizada, além de garantir que os países pobres possam reduzir suas emissões e lidar com os impactos das mudanças climáticas que já estão ocorrendo.
O tema, chamado de “perdas e danos”, é um dos principais debates da cúpula do clima deste ano. “Perdas e danos não podem mais ser varridos para debaixo do tapete. É um imperativo moral. É uma questão fundamental de solidariedade internacional – e justiça climática”, declarou.
O chefe da ONU também clamou que as duas superpotências China e Estados Unidos assumam responsabilidade econômica no contexto global. Segundo Guterres, os dois países devem se unir para viabilizar o pacto financeiramente.
“Aqueles que menos contribuíram para a crise climática estão colhendo a desordem semeada por outros”, adicionou. As duas potências foram as principais responsáveis para a existência do Acordo de Paris, o tratado climático internacional que prevê o controle das emissões de gases de efeito estufa.
Metrópoles