Manifestações bolsonaristas tem legalidade avaliada por especialistas

Nesta última quarta-feira (2), o bloqueio das estradas feito por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) completou três dias. Em entrevista à CNN, especialistas analisaram a legalidade das paralisações e até que ponto a Constituição dá margem para os protestos.


Para Gustavo Sampaio, professor de direito constitucional da UFF, qualquer movimentação que contraria o resultado das urnas “contraria o princípio democrático” e analisou a atuação de autoridades.


“Lula foi eleito. É essa a ordenação do povo brasileiro que tem que ser observada. Qualquer coisa que contrarie o resultado das urnas contraria o princípio democrático. Se houver provas que autoridades retardaram as providências de descumprir ordens legais ou de ajudar, de algum modo, manifestações ilegítimas, os dirigentes podem ser responsabilizados”, disse.


Para Samuel Pessôa, economista e professor da FGV, a greve dos caminhoneiros que ocorreu em 2018 era uma lembrança de como o bloqueio afetaria a sociedade.


“É estranho as pessoas não preverem [os impactos dos bloqueios]. Tivemos em agosto de 2018, uma paralisação de caminhoneiros e todo mundo se lembra do impacto na vida das pessoas, da inflação e sobre a economia. O Brasil é um país gigantesco, a modal rodoviária é a mais importante e toda a logística do país para e as estradas param”, analisou.


Para o professor de direito constitucional PUC-SP, George Abboud, as manifestações são um “ponto final” de um ciclo “permeado de ilegalidades e indignidades”.


“A gente vive um ponto final de uma reta permeada de ilegalidades e indignidades. São sequências de atos que atentaram contra o Estado Democrático de Direito e houve reiteradas omissões de várias autoridades que deveriam ter agido”, concluiu.


Fonte/ Portal CNN Brasil


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