O GT (Grupo de Trabalho) de Saúde do governo de transição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez nesta sexta (25) alertas a respeito das coberturas vacinais no Brasil para além da Covid-19, dizendo que o governo Bolsonaro “destruiu” as bases do PNI (Programa Nacional de Imunização) nos últimos quatro anos.
Em coletiva de imprensa, os ex-ministros petistas da Saúde Humberto Costa, José Gomes Temporão e Arthur Chioro criticaram as ações da atual gestão do Ministério da Saúde em face do aumento de casos de Covid-19 no Brasil, especialmente no que diz respeito à imunização infantil.
No entanto, as preocupações se expandem também para as vacinas previstas no calendário obrigatório de saúde, que previnem doenças como a poliomelite ou a tuberculose.
“O atual governo conseguiu praticamente destruir um esforço de quatro décadas e meia em um programa que se transformou em um modelo internacional”, disse Arthur Chioro. “Há risco concreto de reemergências de doenças que estavam erradicadas, como é o caso da polio, e não há planejamento”, declarou.
Segundo ele, os levantamentos feitos pelo GT de Saúde identificaram que nenhuma das vacinas previstas até 1 ano de idade está com a cobertura nacional dentro da meta.
Arthur Chioro destacou também que o Instituto Butantan, responsável pela produção e distribuição de oito vacinas que compõem o calendário previsto pelo PNI, ainda não foi informado a respeito do planejamento do Ministério da Saúde para as campanhas do próximo ano.
Enquanto Humberto Costa definiu que a gestão está “às cegas” em relação à vacinação, Chioro afirmou que não era possível esperar até o dia 1º de janeiro para tomar providências sobre o planejamento e execução das políticas de saúde que visam a imunização da população contra doenças.
Risco de vencimento de doses de Covid. Arthur Chioro também levantou críticas a respeito da operação digital do Ministério da Saúde, que compila dados de casos de Covid, vacinação, mortes e outras informações dos estados e municípios.
Segundo ele, há uma reclamação dos entes federativos que os dados compilados nas plataformas “não correspondem à realidade”, incluindo a distribuição de doses de vacinas da Covid-19.
O Ministério distribui as doses e não sabem aonde essas doses estão e seu prazo de validade. O que temos de informação, e queremos oomprovar com o pedido de documentação que estamos fazendo, milhões de doses de vacina para Covid estão com prazo para vencer agora no fim do ano e principalmente nas primeiras semanas de janeiro e fevereiro de 2023″, declarou.
(UOL/FOLHAPRESS)