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Entenda o risco de rinomodelação acabar em necrose, como aconteceu com Naldo Benny

Nariz do cantor Naldo Benny está com princípio de necrose REPRODUÇÃO/EDIÇÃO R7

No último sábado (26), o cantor Naldo Benny contou em suas redes sociais que está tratando um princípio de necrose no nariz após ter passado por uma rinomodelação — procedimento estético no nariz.


Segundo Wendell Uguetto, cirurgião plástico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e do Hospital Albert Einstein, efeitos colaterais como esse são raros em procedimentos estéticos, mas podem ser bastante graves e causar sequelas estéticas irreversíveis.


Em uma série de stories no Instagram, Naldo contou que ficou “muito preocupado” com o estado do seu nariz, mas que já estava sendo muito bem cuidado por uma equipe profissional. Ele compartilhou um depoimento da médica Cindy Alves, que está acompanhando o seu caso.


No vídeo, a médica explica que “ele realizou um procedimento com outro profissional e teve uma intercorrência: uma obliteração de vasos e um princípio de necrose”. Nas imagens, é possível ver o nariz de Naldo inchado e com manchas escuras.


Segundo Uguetto, “a necrose de pele acontece quando a gente injeta o produto dentro de alguns vasos sanguíneos que irrigam o nariz ou quando há uma grande injeção de produto num mesmo dia. Ou seja, injetado muito produto, essa pele fica tensa, e isso atrapalha a circulação”. Quando isso acontece, a pele e os tecidos infectados começam a morrer.


Quais os riscos da rinomodelação?


A rinomodelação é um procedimento que muda a estética nasal por meio da aplicação de um produto. Na maioria das vezes, é utilizado ácido hialurônico, que é considerado um material seguro para o corpo humano.


“Ele [ácido hialurônico] é absorvido pelo organismo e é de fácil retirada, então, é um produto de qualidade. O grande problema da rinomodelação é que ela está, também, associada a algumas complicações e intercorrências”, diz Uguetto.


Segundo o médico, as complicações graves que podem acontecer após uma rinomodelação são edemas com infecção e necrose de pele, como aconteceu com Naldo.


“É raro você ter necrose, é raro ter infecção, mas quando isso acontece essas complicações são graves, porque causam sequelas estéticas irreversíveis”, afirma.


Geralmente, esses problemas são criados quando o procedimento estético é feito de forma negligente, em lugares que não têm as condições adequadas ou por profissionais que não são capacitados.


“A clínica [em que Naldo fez o procedimento] era ‘especializada em harmonização facial’, mas muitas vezes o procedimento não é realizado por um médico — às vezes é feito por biomédico —, e a falta de conhecimentos em anatomia é o que pode levar a essas complicações”, explica.


Naldo não deu detalhes sobre o local nem a especialidade do profissional que realizou a sua rinomodelação.


Sintomas, tratamentos e sequelas


Quando há necrose de pele ou edema com infecção, a região infectada tende a ficar inchada, vermelha, quente ao toque e, em alguns casos, com bolhas. A pessoa costuma sentir dor intensa no local, mal-estar e febre.


O tratamento adequado demanda avaliação médica individual e varia de caso para caso. Geralmente, são receitados antibióticos ou anti-inflamatórios para conter a infecção.


Em caso de necrose, quando é irreversível, é necessário retirar os tecidos necrosados e reconstruir a pele do local afetado. A depender do tamanho da infecção, é preciso fazer um transplante de pele.


O médico pode retirar pele de outras regiões do corpo do paciente, como da testa ou da bochecha, para reconstituir a pele do local afetado pela necrose. Ao fim, o paciente fica com uma cicatriz.


“Uma reconstituição nunca é igual ou perfeita à pele normal do paciente, por isso falamos que as sequelas estéticas são irreversíveis”, alerta Uguetto.


Quando a necrose não é tratada rapidamente, ela pode ultrapassar a barreira da pele e afetar a parte interna do nariz. “A pessoa pode perder o nariz, atrapalhando a parte funcional da respiração, porque o ar deixa de passar pelo nariz”, finaliza o médico.


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