Há 26 anos, as mulheres precisavam do consentimento do parceiro para realizar algum tipo de procedimento de esterilização voluntária, como a laqueadura. Além da burocracia que elas enfrentavam, como listas de espera e falta de atendimento, as mulheres ainda precisavam enfrentar a opinião pública.
O direito de realizar o procedimento é garantido pela Lei n° 9.263/96, para mulheres acima de 25 anos (independentemente de serem mães) ou com pelo menos dois filhos vivos no momento da cirurgia (independentemente da idade).
O governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde (Sesacre), realiza nos dias 18, 19 e 20 de novembro, um mutirão de cirurgias de laqueaduras no Hospital Sansão Gomes, em Tarauacá.
Serão realizadas 21 cirurgias de laqueadura na ala obstétrica Ethel Muriel Geddis.
“Essa ação é importante, pois garante os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, de acordo com a lei vigente, e demonstra o compromisso do governo com a saúde”, afirmou a assistente social e gerente http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativa da ala obstétrica do Hospital Sanção Gomes, Jara Isva Rodrigues.
Relatos de pacientes
Luziene Santos, 26 anos, maquiadora, é casada e tem dois filhos. Um dos filhos tem três anos e o outro apenas 11 meses. Ela conta que decidiu pela laqueadura por não querer mais filhos e por ter problemas com a medicação contraceptiva.
“Esse procedimento vai facilitar a minha vida, pois como eu não podia fazer uso de medicamentos de contracepção, passei um grande sufoco quando engravidei pela segunda vez, pois o meu primeiro filho ainda mamava. Fazer essa cirurgia no meu município é satisfatório, pois posso estar perto da minha família”, disse Luziene.
Já Lauana Leite, de 30 anos, é viúva e tem cinco filhos. Esperava ansiosamente por essa cirurgia também. “Minha mãe já tinha realizado esta cirurgia e eu desejava muito fazer. Estou realizando um sonho”, declarou Lauana.
A paciente acredita que o mutirão de cirurgias ajudará muitas mães que moram na zona rural e desejam parar de ter filhos. “Agradeço a toda a equipe e espero que esse projeto continue, para ajudar outras mulheres”, completou.
Opera Acre
O programa teve início, oficialmente, em meados de 2019, mas foi suspenso devido à pandemia. A programação foi retomada em março deste ano, levando mutirões que acontecem ao menos uma vez na semana em todas as regionais do Acre.
O objetivo é reduzir o tempo de espera e a demanda reprimida de pacientes que aguardam por procedimentos cirúrgicos, além da realização de exames.
No total, estão sendo investidos R$ 2,8 milhões no programa, que já realizou mais de 8 mil procedimentos cirúrgicos, entre eles, de cabeça e pescoço, cirurgia geral, mastologia, ginecologia, laqueadura e ortopedia geral.
Agência Acre