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Em Portugal você encontra o melhor peixe do mundo

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O Professor Luiz Saldanha, biólogo marinho que se distinguiu no estudo da fauna marinha do Atlântico Nordeste, foi professor catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, bem como presidente Instituto Nacional de Investigação das Pescas e autor do livro Fauna Submarina Atlântica, dizia: “a riqueza dos peixes da nossa costa não é apenas haver uma grande variedade que se pode comer, é a sua extraordinária qualidade”.


Luiz Saldanha, grande defensor dos parques e reservas marinhas, teve como homenagem, após a sua morte, o seu nome dado ao primeiro parque marinho em Portugal, o Parque Marinho Professor Luiz Saldanha, em Sesimbra.


Atualmente os cientistas sabem que a abundância de peixe é influenciada pela existência de condições favoráveis de temperatura, iluminação, salinidade e oxigénio das águas, das quais depende a existência de maior ou menor quantidade de plâncton, organismos microscópios vegetais ou animais, o fitoplâncton, o zooplâncton, dos quais muitas espécies de peixe se alimentam.


Como as referidas condições dependem da profundidade das águas e das correntes marítimas, existem nos oceanos áreas de maior e menor abundância e diversidade de espécies.


A plataforma continental de Portugal tem as condições ideais para a abundância de peixe.

Na plataforma continental – extensão da placa continental que se encontra submersa e cuja profundidade não ultrapassa os 200 metros, terminando com um acentuado aumento do declive – existem vários fatores favoráveis à abundância de recursos piscatórios. Na plataforma continental as águas:


– São pouco profundas, o que permite uma maior penetração da luz;


– Possuem menor teor de sal, devido à agitação e ao facto de receberem as águas continentais dos rios que nelas desaguam;


– São mais ricas em nutrientes, pois existem boas condições de luz e oxigénio para a formação de plâncton e recebem os resíduos orgânicos transportados pelos rios.


Deste modo, a quantidade e a diversidade de fauna marinha são maiores áreas nas da plataforma continental.


A influência das correntes marítimas

As correntes marítimas – deslocações de grandes massas de água individualizadas pelas suas características de temperatura e densidade – são também favoráveis à abundância de pescado, principalmente na área da confluência de uma corrente fria e de uma corrente quente.


As águas agitadas proporcionam a renovação da água e do plâncton e, em consequência, a renovação dos stocks – reservas piscícolas.


A corrente quente do Golfo atinge a Europa através da sua deriva do Atlântico Norte, Portugal é afetado por uma ramificação desta deriva, já em deslocação para sul, que atinge a costa portuguesa, onde toma a designação de corrente de Portugal. A sudoeste do território, esta corrente encontra-se com a corrente fria das Canárias, favorecendo a existência de pescado.


Nos meses de verão, a nortada – ventos fortes do Norte – sopra junto ao litoral, provocando o afastamento das águas superficiais para o largo.


Gera-se, então, uma corrente de compensação – as águas profundas ascendem à superfície para substituir as que foram afastadas pelo vento – provocando uma maior agitação das águas e a diminuição da temperatura, uma vez que as águas de maior profundidade são mais frias. Este fenómeno é conhecido como upwelling, sendo tanto mais intenso quanto mais fortes e constantes forem os ventos de Norte ou Noroeste.


A emergência das águas profundas favorece a oxigenação, criando condições para a formação de fitoplâncton. Esta corrente de compensação faz ainda ascender à superfície grandes quantidades de nutrientes, atraindo os cardumes.


Devido à ocorrência do fenómeno de upwelling,nos meses de verão, é possível pescar, na costa portuguesa, maior quantidade de espécies como a sardinha e o carapau.


Os portugueses são os terceiros maiores consumidores de peixe do mundo

A nossa longa tradição de apreciadores de pescado leva a que os atuais consumos rondem os 60 kg per capita e sejam os mais elevados da União Europeia (somos os terceiros maiores consumidores de peixe do mundo, logo depois dos islandeses e japoneses), perspetivando-se um aumento da procura face à crescente informação sobre os benefícios dos produtos da pesca para a saúde. Um consumo que obriga a importar 2/3 do que chega aos pratos.


Em Portugal, o polvo, a sardinha, os cantarilhos, o atum, o peixe-espada preto e o bacalhau são os mais consumidos da lista dos 20 peixes preferidos pelos portugueses.


Anos de pesca intensiva em águas europeias levaram a reduções drásticas nas populações de peixes. 80% das populações avaliadas estão em sobrepesca e mais de 30% estão fora dos limites biológicos de segurança.


Por isso, antes de escolher, é importante saber o que se passa com as espécies.


Fonte/ Portal ncultura


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