O deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB) amadureceu além da conta aos 57 anos, se for feito um parâmetro entre o seu momento atual e o auge da juventude, há cerca de 35 anos. Lá atrás não abria um milímetro dos preceitos da esquerda, comunista raiz que era. Propunha movimentos estudantis nos moldes dos países comunistas onde os regimes eram mais duros. Três décadas depois e com a experiência de cinco mandatos, continua convicto em favor do socialismo, mas bem menos radical. Coloca sempre antes de suas falas dois verbos significativos para a civilização: diálogo e proposição. Ao invés de exterminar bolsonaristas, sugere conversar e convencer pelo trabalho. É isso que ele acha que Lula vai fazer. No Acre, será oposição ao Governo Gladson Cameli, mas com responsabilidade. “Com proposição”, diz. Numa conversa mais longa com a coluna ele mesmo fala sobre esses e outros assuntos.
Coluna – Como a esquerda vai se reorganizar no Acre para não chegar em 2026 como chegou em 2022 na disputa pelo Governo?
Edvaldo Magalhães – Quando se enfrenta uma tempestade, o melhor conselho é deixar baixar a poeira, abrir as nuvens para seguir viagem.
Certamente a primeira providência é tirar lições. A primeira delas é que a “unidade” sempre foi a chave da vitória. Juntar o nosso campo, superando as diferenças menores, priorizando o que é fundamental será condição primeira.
Com nosso campo progressista e de esquerda unido, dialogar com o centro democrático. Em outras palavras: aprender e agir conforme fez o Lula. Sem uma Frente ampla jamais teria ganho. Fica a lição e se impõe o aprendizado.
Coluna – Antes de pensar no governo tem as prefeituras em 2024. Como vai ser daqui a dois anos?
Edvaldo Magalhães – Fazer previsão para um mês já é temeroso na política acreana, imagina pra daqui a dois anos.
Mas o dever de casa será a tarefa primeira: juntar nosso campo. Depois, fica pra depois.
Coluna – Como vai ser conviver, no plano nacional, com o Bolsonarismo? Como tirar da cabeça de metade do povo brasileiro esse negócio que vocês da esquerda convencionaram chamar de ‘seita’?
Edvaldo Magalhães – O sucesso do governo Lula será decisivo. Por isso todo o esforço e energia deverá focar nisso. Não temos tempo a perder e as respostas, principalmente para a vida dos mais pobres, precisa acontecer de imediato. O tempo de agir nesses tempos de polarização, é curto.
Segundo é saber distinguir os fundamentalistas radicalizados dos que votaram em Bolsonaro por rejeitar nesse momento a esquerda. Há um público enorme a ser conquistado.
Não podemos tratar a todos por igual.
Ser amplo e firmes. Não passar pano para golpista. Golpista, rigor da lei. Adversários, diálogo e paciência.
Coluna – Como será a oposição ao Governo Gladson Cameli na Assembleia Legislativa?
Edvaldo Magalhães – Da nossa parte será firme, sem permissibilidades. O tamanho e a intensidade será conforme os atos http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativos e o posicionamento político do governo. Também seremos, como fomos no primeiro mandato, propositivos.
Não haverá cavalo de pau. Fomos eleitos para fazer oposição ao atual governo e faremos. Vamos procurar ampliar nosso leque de aliados. Aguardar com paciência às dissidências, que virão.
Frustração
Para quem tentou espalhar ou plantar desavença entre o prefeito de Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima, e o deputado estadual Nicolau Júnior, ambos do PP, perdeu o rebolado nesta sexta-feira, 25, quando os dois fizeram a seguinte postagem em suas páginas no Facebook:
“ Uma gestão que respeita o esporte
Com uma emenda do Deputado Nicolau Júnior, nosso Prefeito Zequinha Lima vem tratando o esporte de Cruzeiro do Sul com muito respeito.
Todas as equipes de futebol de nosso município já tinham recebido seus kits, agora foi a vez das escolinhas, nós desportistas só temos uma coisa a dizer; muito obrigado. Temos hoje uma secretaria de esportes que realmente faz o esporte acontecer.
Nossa gratidão ao nosso Deputado estadual Nicolau Júnior e ao nosso Prefeito Zequinha Lima pelo o respeito que vem mostrando ao nosso esporte. ”
Evandro Cordeiro/Acre News