Um menino de apenas dois anos de idade foi diagnosticado nos Estados Unidos com uma severa anemia de ferro e sopro no coração depois de ter o que os médicos chamaram de uma “overdose” de leite de vaca.
Johnny bebia entre 900 ml e 1,2 litros de leite por dia, segundo contou sua mãe, Laura Donovan, ao portal Insider nessa segunda-feira (21/11). A quantidade é muito acima da recomendada pelos pediatras, de 480 ml a 720 ml diários.
A criança começou a tomar leite após completar um ano de vida. Aos dois anos, apresentava sinais de cansaço, palidez da pele e agitação, além de ser mais propenso a ter ataques de raiva do que crianças da mesma idade.
“Ele estava sempre de mau humor. Nunca parecia bem descansado e tinha colapsos quase constantes”, disse a mãe de Johnny.
O alteração do tom da pele do menino foi observada pela pediatra, que pediu uma bateria de exames de sangue. Os resultados mostraram que o nível de hemoglobina dele estava muito abaixo do limite normal para crianças de dois anos.
Diagnóstico complicado
No primeiro momento, os médicos suspeitaram de um diagnóstico de leucemia, mas descobriram em seguida que a real causa era uma anemia severa por deficiência de ferro provocado pelo alto consumo de leite.
O excesso do cálcio presente no leite de vaca atrapalha a capacidade do corpo de absorver ferro. Quando isso ocorre, o organismo não consegue produzir hemoglobina e os glóbulos vermelhos são incapazes de transportar oxigênio para outras células do corpo. Este déficit resulta na combinação de sintomas apresentados pelo menino.
O problema desencadeou um sopro no coração de Johnny — o problema acontece quando o sangue flui de maneira anormal sobre as válvulas cardíacas, e pode ser escutado com um estetoscópio.
“Meu marido e eu nos arrependemos de supor que Johnny estava mal-humorado quando seu coração estava literalmente em sofrimento”, disse Laura ao jornal Daily Mail.
Recuperação
O menino se recuperou da anemia e do sopro no coração após um mês e meio de tratamento com suplementos dietéticos contínuos e duas transfusões de sangue. Além disso, sua dieta ganhou um reforço especial com alimentos ricos em ferro e a ingestão de leite foi limitada a 300 ml diários.
“Ele recebeu a primeira transfusão em uma sexta-feira e, no domingo, era uma pessoa diferente. Sua personalidade e disposição mudaram para melhor. Ele sorri para todos que encontra, fica mais ansioso para comer e acorda conversando com seus bichinhos de pelúcia”, conta Laura.