Nesta nova onda da covid-19, a maioria dos hospitalizados é idosa, imunossuprimida (paciente transplantado, oncológico etc) ou está com a vacina atrasada – não tomou nenhuma dose ou estão pendentes as injeções de reforço (3ª e 4ª), segundo médicos de São Paulo ouvidos pelo Estadão. A baixa adesão ao reforço vacinal e a circulação de novas subvariantes da Ômicron estão entre os principais motivos para a volta da doença.
“Entre os internados há pessoas com esquema vacinal incompleto – com apenas duas doses principalmente – ou que não foram vacinadas”, relata Carla Kobayashi, infectologista do Sírio-Libanês. O perfil dos hospitalizados, acrescenta a médica, inclui ainda idosos com comorbidades ou doenças graves.
Cerca de 69 milhões de brasileiros já poderiam ter tomado a 3ª dose do imunizante e não foram aos postos de saúde. O balanço foi divulgado pelo ministro da área, Marcelo Queiroga, nos fins de semana.
A infectologista Raquel Stucchi, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), tem relato semelhante ao das colegas. “Os idosos e os imunocomprometidos já têm um tempo longo desde que completaram a vacinação com respectivamente quatro e cinco doses. Por isso, seria urgente que já tivemos um planejamento para uma outra dose adicional, que preferencialmente deveria ser feita com a vacina bivalente”, defende.
Novo imunizante
Para frear o avanço das novas variantes da Ômicron, outros países, como Estados Unidos e alguns europeus, começaram a aplicar uma versão mais atual da vacina contra covid-19. Chamada bivalente, a proteção é fabricada pela Pfizer e é eficiente contra várias cepas de uma vez só: protegem, segundo a empresa, contra as versões BA.1, BA.4 e BA.5 da Ômicron.
Ainda não há previsão para a chegada do imunizante mais protetivo ao País. A Pfizer requisitou o uso emergencial da vacina à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em outubro. Na semana passada, o órgão federal informou que estão em fase final de análise pela área técnica, mas ainda não há data para a deliberação final.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.