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COP27 termina com acordo inédito sobre fundo de perdas e danos

Dominika Zarzycka/NurPhoto via Getty Images

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27) chegou ao fim, neste domingo (20/11), com um acordo inédito sobre criação de um fundo de financiamento para países mais pobres atingidos por desastres causados por mudanças climáticas. O chamado fundo de “perdas e danos” é uma demanda antiga e considerado o mais importante avanço da conferência deste ano.


O objetivo é que países pobres atingidos por desastres ambientais como furacões e inundações sejam compensados financeiramente pelas nações mais ricas – que são responsáveis pela maior emissão de gases na atmosfera.


“Decidimos um caminho a seguir em uma conversa de décadas sobre financiamento para perdas e danos – deliberando sobre como abordamos os impactos nas comunidades cujas vidas e meios de subsistência foram arruinados pelos piores impactos das mudanças climáticas”, afirmou Simon Stiell, Secretário Executivo da ONU para Mudanças Climáticas.


O texto determina a criação de um comitê de transição que vai elaborar recomendações sobre novos acordos de financiamento e a operacionalização do fundo em específico. Os países participantes também reafirmaram o compromisso de limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais.


Além disso, o acordo prevê o fortalecimento de ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e o apoio financeiro, tecnológico e de capacitação necessário aos países em desenvolvimento.


Fim da COP27

Sediada no Egito, a COP27 terminou dois dias após a data prevista, que inicialmente seria na sexta-feira (18/11). Devido ao atraso das discussões e à falta de um consenso, o evento acabou prorrogado.


Ao final, especialistas comemoraram a adoção do fundo, mas avaliam que há muito o que ser feito para o enfrentamento da questão climática.


“A criação de um novo fundo para perdas e danos é uma oportunidade de construir confiança e renovar a solidariedade internacional. Este fundo está atrasado há muito tempo, então hoje é um dia de justiça para os bilhões de pessoas que foram vítimas da crise climática”, diz Oscar Soria, diretor de campanha da Avaaz.


“A ‘COP da implementação’ chegou perto de implementar e até conseguiu tirar do papel coisas que estavam truncadas há tempos dentro da agenda climática multilateral. Mas o buraco é mais embaixo: o embate países desenvolvidos versus países em desenvolvimento tem raízes fortes”, observam integrantes da rede Laclima.


E continua: “Ainda que não tenha dado a melhor solução para todos os problemas, a COP do Egito não fugiu dos problemas difíceis; teve uma agenda parruda, com muitos temas sensíveis ao mesmo tempo. Esta não foi a COP da implementação, mas foi a COP da perseverança.”


Metrópoles


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