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Congresso em Foco diz que Marina é favorita para comandar autoridade do clima

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva retornará da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP27, com a ideia de criar uma autoridade para tratar das mudanças climáticas mais amadurecida. De acordo com uma fonte pertencente ao grupo de transição na área do meio ambiente, a criação de uma autoridade para o clima, que se torne a principal referência para esse debate, é bastante provável. E a inspiração para a criação do cargo é o ex-secretário de Estado norte-americano John Kerry.


Ex-secretário de Estado (cargo equivalente ao de ministro das Relações Exteriores), ex-senador e ex-candidato à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata (foi derrotado em 2004 na disputa com o republicano George W.Bush), John Kerry foi nomeado pelo presidente Joe Biden o enviado climático de seu país na COP27. No Egito, na cidade de Sharm El-Sheick, onde aconteceu a COP27, Lula teve um encontro com Kerry a portas fechadas.


A ideia de criação da autoridade climática brasileira seria a de dar ao tema do aquecimento global alguém com perfil e autoridade semelhante à de John Kerry. “A ideia é ter um nome respeitado que se tornasse assim a referência brasileira sobre o tema, tanto nas negociações internacionais como nas decisões internas”, explicou ao Congresso em Foco a fonte da equipe de transição.


Provável cargo de Marina

Ainda não está fechado o desenho do cargo. Se estaria diretamente vinculado à Presidência da República ou ao Ministério do Meio Ambiente. Se realmente prevalecer a ideia de criação do cargo, o nome mais provável para ele seria mesmo o da deputada eleita e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva. Primeiro, foi dela a sugestão de criação da autoridade climática. Segundo, ela tornou-se a principal referência brasileira na área do meio ambiente, com um perfil de respeitabilidade considerado equivalente ao de John Kerry. E terceiro, Lula é grato à forma como Marina aderiu à sua candidatura e trabalhou por ela no segundo turno. Finalmente, o cargo consolidaria a reaproximação de Marina de Lula e do PT.


Marina foi a primeira ministra do Meio Ambiente de Lula em 2003. Deixou o cargo em 2008, após ter várias divergências com outros ministros, especialmente com a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. As divergências giravam em torno da não concessão de licenças ambientais para obras de infraestrutura que o governo achava necessárias. Marina deixou o governo, deixou o PT, foi candidata três vezes à Presidência da República e fundou a Rede Sustentabilidade.


A autoridade climática seria agora um cargo de maior visibilidade e de maior autonomia, que preservaria Marina das disputas internas do governo, ao mesmo tempo em que daria uma demonstração da importância dada pelo novo governo para o tema. Na COP27, Lula propôs que o Brasil – e mais especificamente a Amazônia – seja anfitrião em 2025 da COP30.


[Congresso em Foco]


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