Com fósseis de jacarés, tartarugas, jabutis e preguiça gigantes, Museu da Ufac recebe mil visitantes

O Museu de Paleontologia da Ufac, anexo ao Laboratório de Pesquisas Paleontológicas (LPP), no campus-sede, ultrapassou, no início de novembro, a marca de mil visitantes só no ano de 2022, entre os quais estão alunos da rede de ensino do Acre e pessoas de 20 cidades brasileiras.


O museu conta com exibição permanente de fósseis de jacarés, tartarugas, jabutis e preguiça gigantes e é onde está exposto o crânio do ‘Purussaurus brasiliensis’, o maior jacaré da Terra. O número de visitantes aumentou nos últimos anos. Em 2019 foram 378 pessoas que assinaram o livro de visitas do museu. Em 2020 e 2021, período da pandemia da covid-19, o número somado foi pequeno, apenas 255 visitantes.


Segundo o professor de Paleontologia do Centro de Ciências Biológicas e da Natureza, da Ufac, Carlos d’Apolito, a explicação para o aumento de visitas está em uma demanda reprimida durante a pandemia, com a volta de projetos de extensão, como o Tour na Ufac, da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, o qual traz estudantes para conhecer o campus-sede da Ufac, e em ações de divulgação nas redes sociais, na propaganda boca a boca e nas recomendações feitas por agências de turismo.


Carlos informou que entre os mais de mil visitantes que passaram em 2022, estão pessoas de 20 municípios brasileiros, alunos de pelo menos 12 escolas, além de turmas da própria Ufac. “O número é certamente subestimado, já que nem todo visitante assina o livro de visitas”, disse o professor. Durante a visita ao museu, o público pode ver fósseis verdadeiros de jacarés, tartarugas, jabutis gigantes, répteis extintos que não deixaram descendentes modernos, além do mastodonte (parente do elefante), da preguiça gigante, entre outros.


Os visitantes podem ver réplicas em tamanho real de alguns animais que viveram na região milhões de anos atrás e aprendem sobre o patrimônio da paleontologia do Estado do Acre, com fósseis de duas faunas distintas: Mioceno (fósseis com 10 milhões a 8 milhões de anos, representados pelo ‘Purussaurus brasiliensis’, tartaruga e jabuti gigantes etc.); Pleistoceno (fósseis com 10 mil a 30 mil anos, representados por grandes mamíferos, como mastodonte, tatu e preguiça gigantes).


“O registro paleontológico único do Acre desperta o interesse público há décadas e novas ações estão sendo implementadas a fim de melhorar a experiência dos visitantes e dar maior acessibilidade ao museu”, afirmou Carlos, que trabalha atualmente em um resgate histórico com estatísticas e perfil de visitantes em mais de 30 anos.


Segundo ele, resultados preliminares apontam uma média de 700 visitas por ano. Portanto, os dados de 2022 superam a média histórica. “Isso reafirma a importância da paleontologia do Acre, que tem destaque nacional e internacional”, acrescentou.


História


O Laboratório de Pesquisas Paleontológicas (LPP) completou 39 anos em 2022. Criado em 1983 na gestão do reitor Áulio Gélio e a partir de pesquisas realizadas pelo doutor Alceu Ranzi na década de 1970, o LPP possui a maior coleção de fósseis paleovertebrados da Amazônia Sul-Ocidental, com cerca de 6 mil espécies catalogadas.


O laboratório é visitado por pesquisadores de todo o mundo. Em 1989, sua equipe foi responsável por descobrir o jacaré com chifres, uma inédita espécie da família dos ‘Alligatoridae’. Em 2001, foi sede do 17º Congresso Brasileiro de Paleontologia, que trouxe à Ufac pesquisadores de diversos cantos do Brasil e do mundo. O grande símbolo do evento foi o crânio do ‘Purussaurus brasiliensis’, o maior jacaré do mundo, destaque no museu até hoje.


Serviço


As visitações ao Museu de Paleontologia da Ufac são abertas ao público de forma gratuita mediante agendamento prévio pelo e-mail [email protected].


[Ascom/UFAC]


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