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Candidato do AC sem nenhum voto diz que não fez campanha porque estava preso: ‘motivo de força maior’

Quase um mês após o primeiro turno das eleições, o candidato Dir Silva (Agir) decidiu usar as redes sociais para explicar o porquê de não ter recebido nenhum voto para o cargo de deputado estadual no Acre. Ele disse que estava preso no Complexo Penitenciário de Rio Branco desde o dia 2 de agosto até esse domingo (30) e, por isso, não foi possível fazer campanha.


“Meus queridos amigos e amados irmãos, meu povo do Acre. Venho através desse comunicado público informar a toda sociedade acreana que infelizmente não foi possível eu disputar as nossas eleições estaduais deste ano de 2022 por motivo de força maior, pois eu estava preso no Presídio Francisco de Oliveira Conde (FOC) pavilhão R, cela 02”, disse o candidato na postagem.


Ainda na publicação, Silva afirmou que não vai desistir da política. “Ressalto que todos esses acontecimentos não me diminuem em nada. Continuarei sempre firme e forte na luta e na esperança de que um dia, juntos, nós iremos chegar na nova política acreana com mandato e legislar pelo meu povo do Acre, se assim o meu Deus permitir.”


Após ser solto, candidato decidiu usar as redes sociais para explicar o que aconteceu para não receber votos — Foto: Reprodução/Facebook

Dir Silva, como constava na urna, é o empresário Jurandir Ferreira da Silva, de 44 anos. De acordo com dados do TSE, ele tem ensino médio completo e nasceu em Cruzeiro do Sul.


Ele contou que foi preso por conta de atraso no pagamento de pensão alimentícia dos dois filhos, de 9 e 12 anos. Segundo o candidato relatou ao g1, a dívida é de cerca de R$ 10 mil, referente a quase um ano de atraso. Ele afirmou que é microempresário e que, devido à pandemia, acabou tendo dificuldades financeiras.


“Devido a essas circunstâncias que aconteceram, de fechamento do comércio, pandemia, tudo piorou e fez com que acontecesse isso, me fez chegar a um presídio. Eu que nunca nem tinha sonhado em chegar numa porta de delegacia, imagine um presídio. Mas, Deus sabe de todas as coisas, não vou julgar ninguém, tenho que arcar com meus compromissos, infelizmente não tive condições de pagar alimentação para meus filhos, como a lei determinou. A mãe dos meus filhos me colocou na Justiça pedindo também um valor exorbitante que não deu para eu cobrir, tenho outras despesas”, afirmou.


Candidatos sem votos


Além de Dir Silva, o candidato Ambrozio Moura (Agir) também não recebeu nenhum voto nas eleições deste ano para o cargo de deputado estadual. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), outras duas mulheres tiveram somente um voto cada uma, entre elas: Daiane Silva (PSDB) e Nedely Sousa (Cidadania).


Segundo o presidente do partido, David Hall, que concorreu para o governo do Acre e teve 771 votos, Dir Silva “sumiu” e não chegou a receber repasse do partido, já Ambrozio recebeu R$ 2,5 mil, mas desistiu da candidatura e doou o valor para outro candidato.


“O Jurandir sumiu, não conseguimos entrar em contato com ele, não faço ideia do que aconteceu. O Ambrózio acabou desistindo da candidatura, mas não sei porque ele não foi lá no TRE renunciar, foi uma escolha dele, ele chegou a abrir a conta, receber recurso, mas preferiu doar para outro candidato, o Romeu”, afirmou Hall.


Ao g1, Ambrozio Moura contou que resolveu se candidatar somente pela experiência e que não avisou nem para família que estava concorrendo a uma das vagas da Assembleia Legislativa acreana.


“Eu preciso ter experiência para fazer qualquer trabalho. Então decidi me candidatar, mas nem minha família mesmo soube nem amigos, eles ficaram surpresos e muitos deles até furiosos quando viram que eu não tinha avisado. Fui para ver como era direitinho, como era para ser gasto o recurso, onde, como poderia gastar melhor aquilo que vem da população, não é meu. Queria ter a experiência para as próximas eleições, em 2024 vou sair para vereador então já queria saber como que era”, disse o vendedor.


Ele confirmou que doou o valor que recebeu do partido para um outro candidato a deputado estadual, mas disse que nem chegou a votar nessa pessoa também. Ambrozio afirmou ainda que não chegou a mandar fazer nem “santinhos” com seu número.


Fonte: G1AC


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