Bolsonaro segue recluso no Palácio da Alvorada e não recebe apoiadores

O presidente Jair Bolsonaro (PL) segue recluso no Palácio da Alvorada neste domingo (6/11). Desde que o resultado da eleição foi anunciado, no último dia 30 de outubro, dando vitória para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro tem se mantido na residência oficial da Presidência da República, onde recebe ministros, assessores e familiares.


Ao contrário do padrão que vinha adotando nos últimos quatro anos, Bolsonaro não tem recebido apoiadores nem saído do palácio para as conhecidas “agendas inopinadas” nas ruas, nas quais realizava motociatas, ia a casas de populares e parava em restaurantes e padarias.


Neste domingo, um grupo de cerca de 30 apoiadores vestidos de blusas da Seleção Brasileira e com bandeiras do Brasil apareceu em frente ao palácio. Até as 12h, porém, o presidente não saiu para cumprimentar o público.


Por volta das 11h20, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, deixou o interior do palácio dirigindo um HB20 e parou para conversar com o grupo de dentro do carro. A conversa, que durou cerca de 10 minutos, ocorreu em frente ao portão principal do palácio e a alguns metros da área reservada para a imprensa, o “cercadinho”. Ao final, o ministro não quis falar com jornalistas.


O mandatário teve agenda oficial apenas na segunda (31/10), na terça (1º/11) e na quinta (3/11), todas do Alvorada. Nos demais dias, o site da Presidência indicou que o chefe do Executivo federal estava “sem compromisso oficial”.


Na quinta, ele chegou a ir ao Palácio do Planalto, sede do governo federal, para um encontro com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), mas ficou apenas meia hora no local e em seguida regressou para o Alvorada.


O encontro não estava agendado e foi uma surpresa para Alckmin, que já havia deixado o Planalto, quando foi chamado por assessores de Bolsonaro e deu a meia volta. Ele subiu até o terceiro andar, onde fica o gabinete presidencial, e teve rápida conversa com o presidente.


De acordo com fontes presentes, Bolsonaro cumprimentou Alckmin pela vitória eleitoral e reforçou que o governo vai colaborar com a transição. O encontro durou cerca de 5 minutos.


Na última semana, Bolsonaro também recebeu na residência oficial o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e ministros de Estado. Na terça, fez o primeiro pronunciamento após a derrota, agradecendo os votos que recebeu, mas sem admitir a vitória do petista.


No sábado (5/11), recebeu visitas dos filhos Flávio e Eduardo, este último acompanhado pela esposa Heloisa e pela filha Geórgia. Também recebeu os assessores Mosart Aragão e Tercio Arnaud.


Redes sociais em silêncio

Bolsonaro também segue em silêncio nas redes sociais, onde era assíduo. Na última semana, ele não realizou a tradicional live de quinta-feira. No Facebook e no Twitter, a última postagem é de quarta-feira (2/11), um vídeo no qual pedia aos manifestantes que o apoiam que desobstruíssem as rodovias federais.


Desde o dia 30, bolsonaristas tentaram impedir o tráfego em diversas rodovias pelo Brasil em protesto contra o resultado das eleições.


Metrópoles


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