Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciaram, no sábado (12/11), a descoberta de uma nova cepa do coronavírus no Amazonas. A subvariante Ômicron BE.9 seria a responsável pelo recente aumento do número de casos de Covid-19 no estado.
A cepa é uma evolução da sublinhagem BA.5.3.1, que descende da BA.5. Tanto a BE.9 quanto a BQ.1 – identificada recentemente – compartilham algumas das mesmas mutações, a K444T e N460K, na proteína spike. Contudo, elas não parecem provocar o aumento do número de casos graves ou da letalidade.
“O que nos deixou mais intrigados com a nova variante é que ela apresenta as mutações K444T e N460K na spike, exatamente como a BQ.1.1. A BE.9 ainda tem uma deleção na spike, na posição Y144”, afirma Tiago Gräf, da Rede Genômica.
Segundo Gräf, a BQ.1.1 descende da BE.1, que se originou também da BA.5.3.1. “Então, de forma independente e em lugares diferentes no mundo, a BA.5.3.1 gerou linhagens com as mesmas mutações na spike. Em evolução, chamamos isso de convergência”, explica.
Aumento de casos
Os casos de Covid-19 no Amazonas estavam em ascensão desde meados de outubro e subiram de uma média móvel de 230 casos semanais para aproximadamente mil. Para entender o cenário epidemiológico local, a equipe do virologista Felipe Naveca, da Fiocruz Amazônia, sequenciou mais de 200 genomas de amostras do coronavírus de setembro e outubro.
Ao analisar os resultados encontrados pela equipe de Naveca, Gräf avaliou que a região tem sido um território sentinela de monitoramento da doença. “O que ocorre no estado tende a se repetir em outras regiões e pode estar acontecendo novamente”, afirma.
Metrópoles