A Associação de Mulheres Negras do Acre (AMN/AC) e seus Apoiadores (Negritude) divulgaram, na última sexta-feira, 25, um manifesto denunciando o aumento das violências, do feminicídio, em decorrência do “esvaziamento das verbas destinadas ao enfrentamento às violências e necessárias à implementação das Políticas Públicas de Gênero e Raça” no Acre.
De acordo com a coordenadora da AMN/AC, Almerinda Cunha, não há rede de atendimento para as mulheres vítimas de violência no interior do estado.
“A situação das mulheres na capital é difícil, agora, imaginem vocês, nos municípios. É muito pior. No manifesto vários municípios participaram denunciando o completo abandono de gênero e raça. Tem município que não sabe direito o que é Lei Maria da Penha. As políticas que beneficiam mulheres, negro e indígenas não são divulgadas”, destaca Almerinda.
No documento, a AMN/AC afirma que “a situação da mulher no Acre, é uma das piores do Brasil e sem verbas para criar a rede de atendimento as vítimas de violência doméstica e implementação das políticas de gênero e raça fica ainda pior.”
As mulheres reivindicam no manifesto a criação de uma Secretaria da Mulher, com a autonomia financeira e capacidade http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativa de implementar as políticas.
“Combater o racismo, feminicídio e genocídio do povo negro e indígena. Queremos casa abrigo, delegacias com pessoal especializado, ginecologistas e atendimento de psicoterapia em grupo (coletivo) em todos os municípios”, diz o documento.
Em contrapartida, a Associação de Mulheres Negras tem atuado diretamente no combate ao feminicídio, ao racismo, ao machismo, ao patriarcado, através da Jornada de Formação em Gênero e Raça. Após realizarem a formação em Sena Madureira, Manoel Urbano e Jordão, o coletivo vai levar a jornada para Santa Rosa do Purus e os municípios do Vale do Juruá.
“Precisamos construir uma nova educação, na qual a vida humana seja respeitada, e que a identidade étnico-racial de todos, do branco, do preto, do indígena sejam respeitadas. Na qual a fraternidade e a civilidade sejam respeitadas. Ser diferente não significa ser inferior, nós precisamos educar a sociedade, educar para a cultura do amor, da paz e da civilidade. E vidas dignas para todos, vidas negras importam, vidas humanas importam, independente da cor da pele, da questão econômica e da religião que professe. Todas as vidas devem ser respeitadas”, salienta Almerinda.
Confira o Manifesto da Associação de Mulheres Negras do Acre no Combate ao Racismo e Feminicídio na íntegra.
A Gazeta do Acre