Recluso no Palácio do Alvorada, deixou de fazer suas lives semanais e não tem comparecido a eventos públicos. Nesta quarta, 16, coube ao vice-presidente Hamilton Mourão justificar a ausência do Presidente da República.
“É questão de saúde. Está com uma ferida na perna, uma erisipela. Não pode vestir calça, como é que ele vai vir para cá de bermuda?”, questionou Mourão aos jornalistas.
A declaração foi dada durante a participação de Mourão na entrega das cartas credenciais de embaixadores estrangeiros. A cerimônia é um dos eventos mais tradicionais do Itamaraty e conta – quase sempre – com a presença do Chefe do Poder Executivo.
Para além da questão da saúde, a rara ausência de Bolsonaro mostra que ele não sabe perder. Ressentido pela vitória de Lula, o presidente escolheu se ausentar e “esqueceu” que ainda ocupa, até o dia 31 de dezembro, o cargo de presidente do país.
Bolsonaro poderia ter feito um vídeo para os embaixadores, ou explicado a situação de ausência em uma de suas transmissões, falando diretamente ao povo brasileiro sobre sua condição. É o mínimo que se espera de um presidente da República.
Segundo a coluna apurou, Bolsonaro mudou inclusive com seus assessores, com quem tem sido frio desde o final das eleições.
Se o presidente já não soube lidar com a vitória em 2018, quando teve a coragem de dizer que houve fraude na eleição e que sua vitória deveria ter acontecido no primeiro turno, imagine agora que ele simplesmente perdeu a disputa.
Não há outra palavra. É vergonhoso que um Presidente da República não saiba reconhecer a derrota e ainda mande recados por meio de seu vice-presidente. Está na hora de Bolsonaro mostrar a cara e terminar o mandato de forma digna em respeito, se não aos brasileiros, ao cargo que ocupa.
Revista Veja