Com 239 casos de hepatites virais no Acre confirmados até setembro deste ano, a Secretaria de Saúde (Sesacre) diz que, mesmo com uma redução no número de casos em comparação com os outros anos, os dados ainda são preocupantes.
Por isso, com o fim da pandemia da Covid-19, o foco da pasta agora é trabalhar ações de prevenção e combate à doença em todos os municípios para tentar reduzir ainda mais os números.
Segundo dados do Boletim Epidemiológico do Núcleo de Infecções Sexualmente Transmissíveis e de Prevenção da Transmissão Vertical do HIV, Hepatites Virais e Sífilis, em 2021 foram registrados 356 e em 2020 184.
Segundo a coordenadora técnica de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) da Sesacre, Suilany Souza, a hepatite viral é uma infecção endêmica e específica da região Norte. Ela destacou o trabalho de descentralização do tratamento para a atenção primária como resultado dos números apresentados.
“Aumentamos muito a testagem rápida nos municípios e trabalhamos no controle. Podemos ter casos que não foram detectados porque temos várias dificuldades. Temos a população ribeirinha, na zona rural e nos seringais. Essa população é muito difícil de acessar o diagnóstico, mas estamos trabalhando e essa redução real.”
Suilany explicou ainda que após a pandemia, as equipes voltaram a campo e começaram a fazer as testagens e campanhas nos municípios.
“A região Norte é uma região endêmica e desde o ano passado a gente vêm intensificando muito a testagem, desde que foram liberadas as viagens para os municípios. Depois da pandemia, os encontros presencias têm se intensificado com testagem e capacitação do pessoal”, acrescentou a coordenadora.
Sobre as ISTs
As ISTs são causadas por mais de 30 vírus e bactérias e transmitidas, principalmente, por relação sexual vaginal, anal e oral desprotegida, ou seja, sem o uso de preservativo, com uma pessoa infectada.
Também podem ser passadas da mãe para a criança durante a gestação, no parto ou na amamentação. Algumas são transmitidas pelo contato de mucosas e pele com secreções corporais contaminadas, sangue infectado e uso de drogas injetáveis.
No geral, essas doenças causam lesões nos órgãos genitais. Mas também podem provocar câncer, complicações na gravidez e no parto, aborto, infertilidade, problemas neurológicos e cardiovasculares e até a morte.
Fonte/ Jornal O Rio Branco