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“Primeiro tem que vencer o preconceito”, diz índio da etnia Kawinawá que concluiu seu mestrado e fala das dificuldades de chegar tão longe

Sob orientação do Professor Dr. Mauro José de deus Morais da UFAC, o aluno de descendência indígena Jorgimar Peres Ferreira que fez parte do programa de pós-graduação em ciências da saúde na Amazônia ocidental concluiu a nível de mestrado sua pesquisa que se intitulou “Evolução dos Óbitos, Internações e Custos hospitalares da Diabetes e Obesidade durante o período de 2000 a 2021 no Estado do Acre”. Inicialmente, a primeira barreira a ser superada foi a própria questão cultural, pois o aluno é da descendência indígena da etnia Kaxinawá. Segundo ele a discriminação foi a primeira etapa a ser vencida. Em seguida, o próprio conteúdo que foi exposto na grande área da saúde, que é bastante extensa, e a princípio, muitas informações que ele desconhecia. Formado em Educação Física, quando fui pesquisar sobre a relação de internações e óbitos entre obesidade e diabetes, senti dificuldade, mais aos poucos, sob orientação do professor Dr. Mauro de Deus, fomos se familiarizando com a temática.



Um pequeno resumo do estudo realizado


As doenças crônicas não-transmissíveis são causa importante de morte no Brasil, principalmente nos grandes centros urbanos. Existem inúmeros fatores de risco relacionados a este tipo de doenças, cuja remoção, ou atenuação, pode contribuir para o declínio da mortalidade. Assim, tivemos como objetivo avaliar a evolução dos óbitos, internações e custos hospitalares da Diabetes e Obesidade no período de 2000 a 2021 no Estado do Acre. Trata-se de estudo de séries temporais retrospectiva com micro dados oficiais do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS) retrospectivo, Sistema de Informação de Agravos de Notificação-SINAN registrados no ministério da Saúde através do DATASUS. Os dados foram extraídos com base nas informações das notificações de casos atendidos entre 2000 e 2021 para a variável diabetes e 2013 a 2021 para a variável obesidade do estado do Acre. Utilizamos as variáveis idade, sexo, raça/cor por pele. Relacionamos com óbitos, internação, custos hospitalares e por municípios. Como principais achados de nosso trabalho foi demonstrado as variáveis óbito de diabetes se correlaciona com a variável internações de obesidade, demonstrando com isso que vários óbitos podem estar ligados a obesidade, mesmo não aparecendo diretamente os óbitos de obesidade de forma direta. Levando em consideração que a obesidade estar associada a várias comorbidade, em nossos achados, apareceu uma forte correlação entre os óbitos da diabetes com as internações da obesidade, concluindo com isso que, possivelmente as pessoas que foram a óbitos eram obesas e do sexo feminino em sua grande maioria.


Concluindo, o aluno finaliza dizendo que todos podem alcançar seus objetivos, basta ter perseverança e acredita que pode realizar. O meu caso é um exemplo, pois como muitos segmentos da sociedade, os indígenas enfrentam diversas barreiras, que vai desde as dificuldades de se ausentar do seu meio cultural, até o próprio choque étnico-cultural que se depara quando vem tentar a vida fora do meu indígena. Finalizo dizendo que meu próximo sonho é entrar em um doutorado dentro deste mesmo segmento na grande área da saúde.


AcreNews


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